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Foto: Ricardo Stuckert/PR
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (13) a taxação dos super-ricos. A declaração ocorreu durante discurso na 112ª Conferência Internacional do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra, na Suíça.

“O Brasil está impulsionando a proposta de taxação dos super-ricos nos debates do G-20. Nunca antes o mundo teve tantos bilionários. Estamos falando de 3.000 pessoas que detêm quase US$ 15 trilhões em patrimônio”, disse.

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“A concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais. Não precisamos buscar soluções em Marte. Certamente tentando encontrar um planeta melhor do que a terra para não ficar no meio dos trabalhadores que são responsáveis pelas riquezas deles”, acrescentou.

Segundo, é necessário ampliar o papel do Estado como indutor do crescimento.

“A mão invisível do mercado só agrava a desigualdade. O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo crescimento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização”, afirmou.

Empregos e desigualdade de gênero

Durante o discurso, Lula também defendeu ferramentas que levem ao fim da desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

“O número de pessoas em empregos informais saltou de aproximadamente 1,7 bilhão, em 2005, para 2 bilhões neste ano. A renda do trabalho segue em queda para os menos escolarizados. As novas gerações não encontram espaço no mercado. Muitos não estudam, nem trabalham e há elevado desalento. Quase 215 milhões, mais do que a população do Brasil, vivem em extrema pobreza, mesmo estando empregados. As desigualdades de gênero, raça, orientação sexual e origem geográfica são agravantes desse cenário”, disse

“Trabalho igual para salário igual ainda é uma utopia. Mais de meio bilhão de mulheres em idade ativa estão fora da força de trabalho”, declarou.

Para Lula, a relação entre capital e trabalho é importante para minimizar as desigualdades sociais. “Recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente. A mão invisível do mercado só agrava desigualdades. O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização. Não se pode discutir economia e finanças sem discutir emprego e renda. Precisamos de uma nova globalização, uma globalização de face humana”, completou.

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