“Quem perde com isso é o Brasil”, diz Lula sobre taxa de juros a 10,5%
Segundo o presidente, a decisão afeta diretamente o povo brasileiro
20/06/2024 15h28
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (20) que foi uma "pena" o Comitê de Política Monetária (Copom) ter interrompido o ciclo de cortes na taxa básica de juros do país.
Segundo o mandatário, a decisão afeta diretamente o povo brasileiro. Além disso, acusou o Banco Central de "investir no sistema financeiro" e "nos especuladores que ganham dinheiro com juros".
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“Foi uma pena que o Copom manteve [em 10,5% ao ano], porque quem perde com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Porque quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro tem para investir aqui dentro. Eu não vejo o mercado falar dos moradores de rua, dos catadores de papel, do desempregado, das pessoas que necessitam do Estado. E quem é que necessita do Estado? O povo trabalhador, que paga imposto nesse país”, disse Lula.
A declaração aconteceu durante entrevista para a rádio "Verdinha", de Fortaleza (CE). Lula voltou a criticar o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto,
"O presidente da República nunca se mete nas decisões do Copom ou BC. O Meirelles tinha autonomia comigo tanto como esse que está aí [Roberto Campos Neto]. Resolveram [no Congresso] entender que deveria ser colocado um presidente do BC que tivesse autonomia financeira. Autonomia do BC em relação quem? Para servir quem? Atender quem?", questionou.
"Por que não se transforma em gasto a taxa de juros que pagamos? Os bancos privados preferem, em vez de oferecer crédito, ganhar com juros altos", acrescentou.
Decisão do Banco Central
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (20) manter a taxa de juros inalterada em 10,5% ao ano. A decisão foi unânime.
A medida encerra o ciclo de queda da Selic iniciado em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%. Nesse período, foram sete quedas seguidas.
O Copom afirmou que o cenário da inflação ainda exige cuidados e não justifica uma mudança na taxa de juros.
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