Estudo da ONG Oxfam mostrou que a fortuna de 1% da população mais rica do mundo aumentou, em média, 7% ao ano nos últimos 10 anos. Isso representa um crescimento de US$ 42 trilhões da riqueza entre 2014 e 2024.
Além de uma maior concentração de renda, o estudo indica que a tributação sobre essa parcela da população diminuiu. Enquanto a riqueza dessas pessoas cresceu 45% desde 1984, o pagamento de impostos caiu 33% no período.
“À medida que essas pessoas avançam na concentração das suas próprias riquezas, por conta do nosso modelo de tributação e do modelo de tributação da maioria dos países, que é um modelo regressivo, a partir de um determinado nível de renda, as pessoas elas não pagam mais tributos proporcionalmente à quantidade de renda que elas recebem”, explica Vivana Santiago, diretora-executiva da Oxfam.
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No Brasil, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) já disse que, se os super-ricos pagassem tributos de 2% da riqueza, seria possível arrecadar até R$ 1,5 trilhão no ano. Diversos países defendem uma medida como essa.
“Há preocupações e ressalvas, preferências por outras soluções, mas, ao final, todos concordamos que era necessário fazer constar essa proposta como uma proposta que merece a atenção devida e a mobilização dos organismos internacionais e do próprio G20 para que, mesmo quando o brasil deixar a presidência, esse tema não perca a centralidade”, disse Haddad.
Uma proposta parecida foi feita nos Estados Unidos durante o governo de Joe Biden. A secretária do tesouro do país, Janet Yellen, analisou o projeto e acredita que um acordo global é desnecessário.
“Se nós temos um nível de taxação sobre grande fortuna, por exemplo, aqui no Brasil, e a gente não tem esse mesmo nível de taxação num país vizinho, a tendência é que essas pessoas movam seus recursos para o outro país pra evitar a taxação sobre suas grandes fortunas. É claro que vai haver resistência, mas a liderança do Brasil no G20, com esse tema, tem feito com que cada vez mais países consigam entender a importância disso”, finaliza Santiago.
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