Horário de verão: governo avalia retorno e deve anunciar decisão nesta quarta (16)
A medida, tem como objetivo principal reduzir o consumo de energia elétrica durante o horário de pico
15/10/2024 14h50
O Ministério de Minas e Energia deve anunciar nesta quarta-feira (16) a decisão sobre o retorno do horário de verão em 2024.
A medida, que tem como objetivo principal reduzir o consumo de energia elétrica durante o horário de pico, está sendo avaliada em meio a um cenário hidrológico desfavorável, com baixos níveis nos reservatórios das hidrelétricas.
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Integrantes do governo disseram ao G1 que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve apresentar novos estudos sobre as condições de atendimento de energia aos consumidores, além de eventuais mudanças nas previsões hidrológicas.
Um levantamento inicial do ONS, divulgado em setembro, indicou que a adoção do horário de verão neste ano poderia gerar uma economia de até R$ 400 milhões, valor que poderia chegar a R$ 1,8 bilhão anuais a partir de 2026.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou no último dia 8 que o horário de verão só deve ser retomado em 2024 se for "imprescindível". A decisão ainda está em aberto, e Silveira destacou que a janela ideal para implementação seria entre 15 de outubro e 30 de novembro. Caso a medida seja adotada, ela não deve entrar em vigor antes do segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 deste mês, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A possível retomada do horário de verão é motivada pela necessidade de melhorar o aproveitamento das fontes de energia solar e eólica, além de reduzir o acionamento das termelétricas, que são mais caras e poluentes. O deslocamento do relógio adiantaria o início do período de maior demanda de energia para coincidir com horários em que as fontes renováveis, como a solar e a eólica, geram mais energia.
O horário de verão foi implementado de forma contínua no Brasil a partir de 1985, mas foi suspenso em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro. Na época, a justificativa era a redução da eficácia da medida devido às mudanças no comportamento da sociedade e no perfil de consumo energético. No entanto, o atual cenário de crise hídrica e o aumento do custo com o acionamento das termelétricas reacenderam o debate sobre a importância de reintroduzir a prática.
A recomendação do ONS é baseada na possibilidade de uma redução de até 2,9% na demanda máxima de energia durante os horários de pico, o que ajudaria a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico.
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