A situação de pobreza atingiu o nível mais baixo desde 1990 na América Latina e no Caribe. Isso é o que aponta o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), divulgado nesta terça-feira (12).
De acordo com o documento, a porcentagem dessa população em situação de pobreza em 2023 foi de 27,3%, número que representa uma queda de 1,5% em comparação a 2022 e mais de 5% em relação a 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19.
Apesar da diminuição do índice, a desigualdade de renda se manteve elevada. A taxa de pobreza extrema atingiu 10,6% da população da região, 0,5% abaixo de 2022, mas acima dos níveis de 2014.
Conforme o relatório, 172 milhões de pessoas viviam na pobreza em 2023, sendo 66 milhões em situação de pobreza extrema.
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Há ainda um trecho do "Panorama Social" que ressalta que a diminuição da pobreza regional em 2023 se explica em mais de 80% pelo que aconteceu no Brasil.
"Se no Brasil a população em situação de pobreza não tivesse caído, a média regional de pobreza em 2023 teria sido de 28,4%, apenas 0,4% menos que no ano anterior, e a incidência da pobreza extrema se manteria sem alterações", aponta o relatório.
Segundo a comissão, para avançar na erradicação da pobreza é preciso estabelecer um "padrão de investimento em proteção social não contributiva", ou seja, direta, entre 1,5% e 2,5% do PIB ou entre 5% e 10% do gasto público total.
Por fim, a instituição ainda revela que os Ministérios de Desenvolvimento Social de 20 países da América Latina e do Caribe gastaram em média 0,8% do PIB, ou 3% do gasto público total, em proteção social não contributiva em 2022.
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