A caderneta de poupança encerrou 2024 com uma saída líquida de R$ 15,4 bilhões, resultado divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Banco Central (BC).
Apesar de ainda apresentar saldo negativo, esse foi o melhor desempenho em quatro anos, refletindo um cenário econômico mais favorável, com queda no desemprego e aumento da atividade econômica.
No ano, os depósitos totalizaram R$ 4,17 trilhões, enquanto as retiradas alcançaram R$ 4,21 trilhões. Esse desempenho reverte a trajetória de perdas significativas registrada desde 2021, quando os saques começaram a superar os depósitos de forma contínua. Nos últimos três anos, o saldo negativo foi de R$ 35,5 bilhões (2021), R$ 103,3 bilhões (2022) e R$ 87,8 bilhões (2023).
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Fatores econômicos influenciam melhora
A redução nas retiradas reflete a recuperação econômica e a diminuição do desemprego, que chegou a 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, segundo o IBGE.
Essa é a menor taxa já registrada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,9% no terceiro trimestre, um dos melhores desempenhos entre os países do G20.
De acordo com o economista Mauro Rochlin, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o aumento da renda e do consumo das famílias também contribuiu para a menor fuga de recursos da poupança, mesmo com a rentabilidade de outros investimentos de renda fixa superando a da caderneta.
Desempenho mensal e projeções para 2025
Em dezembro, a poupança registrou captação líquida positiva de R$ 4,96 bilhões, impulsionada pelo pagamento do 13º salário. O estoque total de recursos aplicados chegou a R$ 1,03 trilhão no final de 2024, representando uma alta de 4,9% em relação aos R$ 983 bilhões registrados no ano anterior.
Para 2025, as perspectivas incluem uma possível desaceleração econômica e aumentos na taxa Selic, o que pode levar a uma nova onda de saques. Atualmente em 12,25% ao ano, a Selic torna outras aplicações financeiras mais atraentes, enquanto a poupança segue limitada a uma rentabilidade de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).
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