O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (9) a criação do Centro de Operações de Emergência (COE) para o combate da dengue e de outras arboviroses.
A medida foi apresentada pela ministra Nísia Trindade. Segundo ela, a preocupação deste ano é as alterações do clima com o fenômeno El Nino e também do retorno do sorotipo 3 do vírus.
"Sabemos que tivemos um número recorde de casos em 2024, as razões, além da mudança climática, também se deve a circulação de novos sorotipos, mas o grande fator, de fato, foi o regime de chuvas e o aquecimento global. Nós já fizemos a pontuação dos seis estados onde se estima um aumento no número de casos e, naturalmente, onde a gente verifica essa tendência, haverá atenção redobrada", disse a ministra.
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Além disso, a pasta lançou o Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir uma preparação adequada para conter o avanço da doença.
“Além das ações preventivas, é fundamental destacar o papel dos municípios nesse enfrentamento, especialmente pela responsabilidade que têm na limpeza urbana e em outras medidas essenciais de controle. Nesse contexto, reforçamos a importância do trabalho conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal para garantir uma resposta eficaz no combate à dengue”, apontou Nísia.
Desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações para o controle das arboviroses em todo o território nacional.
Entre as ações destacam-se:
Expansão do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades até 2025;
Implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas;
Borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos;
Estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase do projeto;
Uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar a disseminação do mosquito;
No Distrito Federal, estão sendo instaladas cerca de 3 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) na região do Sol Nascente, com expansão prevista para outras áreas periféricas do país.
Neste ano, seis estados do Brasil apresentam tendência de crescimento nos casos de dengue: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná estão em alerta.
Apenas na primeira semana de 2025, foram notificados mais de 10 mil registros. Dez óbitos estão em investigação.
Dengue em 2024
Em 2024, o Brasil registrou 6.484.890 casos prováveis de dengue e 5.972 mortes. Além disso, 908 óbitos estão sob investigação.
São Paulo registrou o maior número de casos prováveis (2.182.875), seguido por Minas Gerais (1.695.024) e Paraná (656.286).
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