O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou nesta segunda-feira (27) que o governo brasileiro “não quer provocar o governo americano” em relação às deportações de brasileiros em situação irregular nos Estados Unidos.
Segundo o ministro, apesar de existir um acordo entre os dois países que prevê a deportação, ela deve ser conduzida com respeito e dignidade. Lewandowski destacou que os brasileiros deportados, que chegaram a Manaus na última sexta-feira (24), estavam em uma “situação dramática” e foram submetidos a “constrangimentos absolutamente inaceitáveis”.
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“Não queremos provocar o governo americano, até porque a deportação está prevista em um tratado que vigora há vários anos entre o Brasil e os Estados Unidos e que autoriza essa medida. Porém, obviamente, ela deve ser feita com respeito aos direitos fundamentais das pessoas, especialmente daquelas que não são criminosas”, afirmou o ministro durante um almoço com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.
Na sexta-feira (24), uma aeronave vinda dos Estados Unidos com 88 brasileiros deportados pousou em Manaus após apresentar um problema técnico. Após o desembarque, os deportados relataram às autoridades brasileiras que foram agredidos por agentes americanos durante o voo. Além disso, afirmaram ter viajado algemados e acorrentados durante todo o trajeto.
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No domingo, o Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota oficial condenando o tratamento dado aos brasileiros e apontando violações ao acordo firmado com os EUA.
“O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os Estados Unidos, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados. O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”, afirmou.
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