Banco Central diz que inflação pode estourar a meta em junho
Segundo o BC, ainda o aumento nos preços dos alimentos
04/02/2025 10h41
O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (4) que a inflação deve fechar junho acima da meta de 3%, ou seja, acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos.
“Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos. Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, diz a nota.
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Os dados constam na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (4).
No documento, o Copom cita que os preços dos alimentos aumentaram de forma significativa e que a tendência é de que a alta se propague no médio prazo.
“Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, aponta o documento.
Na última semana, o Copom aumentou a taxa básica de juros de 12,25% para 13,25% ao ano.
Na ocasião, o colegiado disse que deve realizar uma alta de mesma magnitude na próxima reunião, levando a Selic a 14,25% em março.
“Na análise do Comitê, o cenário se desenrolou de tal maneira que a indicação anterior de elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic mostrava-se a decisão apropriada. Além disso, também concluiu que seguia apropriada a indicação anterior de que antevê um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, afirma o documento.
“Para além da próxima reunião, a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, acrescenta o BC.
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