A declaração final da Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro até segunda-feira (7), defende a reforma ampla da Organização das Nações Unidas (ONU) e a adoção de dois Estados para Palestina e Israel. Além disso, o grupo repudia ataques contra o Irã, entre outras coisas.

O Ministério das Relações Exteriores publicou no início da tarde deste domingo (6) a “Declaração do Rio de Janeiro”, que é a carta final com tudo o que foi discutido ao longo do ano pelos diplomatas dos 11 países-membros do Brics.

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Entre outros tópicos, líderes do grupo emitiram uma declaração com posicionamentos de destaque para temas de ordem internacional. Veja abaixo alguns pontos tratados:

O documento expressa, por exemplo, apoio a uma “reforma abrangente” da ONU, com ênfase na modernização do Conselho de Segurança. Segundo o texto, o objetivo é torná-lo mais democrático, representativo e eficiente.

Outro ponto reforçado foi o compromisso com uma solução de dois Estados na crise entre Palestina e Israel, baseada em negociações pacíficas que respeitem as fronteiras internacionalmente reconhecidas. O texto afirma que esse modelo é “o único meio” para assegurar a paz e a estabilidade na região.

Embora tenha apoiado a declaração conjunta, o Irã não reconhece a legitimidade do Estado de Israel, o que indica, apesar das divergências, um alinhamento em busca da estabilidade regional.

A declaração também expressa repúdio a “ataques contra o Irã”, ainda que sem apontar diretamente os responsáveis.

Um resumo em tópicos:

Defesa do multilateralismo

• Fortalecimento de instituições multilaterais, como a ONU, e o respeito ao direito internacional.
• Rejeição a ações unilaterais que enfraquecem o sistema global.

Reforma da governança internacional

• Apoio à reforma no Conselho de Segurança da ONU, no FMI e no Banco Mundial.
• Maior representação de países do Sul Global nessas instituições.

Cooperação econômica e financeira

• Incentivo à utilização de moedas locais entre países do Brics.
• Fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e do Arranjo Contingente de Reservas (ACR).

Ação climática e ambientais

• Compromisso com o fundo "Tropical Forests Forever", voltado à preservação florestal e biodiversidade.
• Promoção de uma transição ecológica justa e financiamento climático compartilhado.

Saúde pública e equidade

• Lançamento da Parceria para Eliminar Doenças Socialmente Determinadas, com foco em doença, vacinas e equidade.
• Fortalecimento de sistemas de saúde para enfrentar desigualdades globais.

Enfoque no Sul Global

• O bloco se posiciona como porta-voz de demandas do Sul Global, reforçando sua representatividade nos debates internacionais.

Conflitos e segurança global

• Voz conjunta em relação a crises, como as do Oriente Médio, incluindo Gaza e o Irã.
• Compromisso com soluções pacíficas, diplomáticas e preventivas.

Inovação, tecnologia e infraestrutura

• Avanços em IA, ciência e tecnologia, com cooperação em inovação e educação científica.
• Diálogo sobre segurança cibernética, infraestrutura digital e integração logística.

Cooperação setorial ampla

• Promoção de parcerias em agricultura, turismo, transporte, educação e juventude.
• Criação de fóruns e centros conjuntos para áreas como Zonas Econômicas Especiais, saúde, arbitragem, auditoria e startups.