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A maioria das escolas públicas de educação infantil do país têm problemas de infraestrutura que prejudicam a qualidade de ensino, como falta de biblioteca e local para brincar. Os dados são do Anuário Brasileiro de Educação Básica.

Em uma escola municipal de Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, os alunos encontram condições diferentes. No parquinho, eles se divertem e também aprendem a plantar árvores. Na brinquedoteca e na biblioteca, a aprendizagem acontece em meio à diversão.

Para a diretora Patrícia Lira, a estrutura é fundamental no desenvolvimento dos estudantes: “Através destes espaços criados para as crianças, eles tem os momentos de interação e aprendizado significativo. Toda brincadeira é pensada para aprender".

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Esse cenário, no entanto, ainda é exceção na rede pública. O anuário mostra que menos da metade das escolas contam com infraestrutura básica, como parque infantil, biblioteca e laboratório. No ensino médio, apenas 46% das instituições possuem laboratórios de ciências. Nos anos iniciais do ensino fundamental, só 47% têm biblioteca ou sala de leitura. Já na educação infantil, somente 41% contam com parque.

Segundo Natália Fregonesi, do Todos Pela Educação, “o desenvolvimento da criança nessa fase, que é tão importante ali da primeira infância, passa muito por esses processos de interação nas brincadeiras. Então, ter esses espaços nas escolas de educação infantil, garante que se esteja olhando para esse desenvolvimento integral das crianças de diferentes formas”.

A pesquisa também aponta problemas que podem impactar diretamente na saúde de estudantes e professores. Menos da metade das escolas têm tratamento de esgoto e apenas quatro em cada dez salas contam com algum tipo de climatização, como ar-condicionado ou aquecedor, equipamentos considerados essenciais em um período de mudanças climáticas.

Para André Lázaro, diretor de Políticas Públicas da Fundação Santillana: “A precariedade da infraestrutura mostra uma desvalorização do espaço escolar. Isso faz com que os estudantes não se sintam respeitados ou valorizados. Então tem uma dimensão simbólica do abandono”.

Outro ponto é a formação de professores. Embora o número de docentes com curso superior tenha crescido de 56% para 75% em dez anos, 64% dessa formação ocorreu na modalidade online. Especialistas alertam para a qualidade do processo.

Natália Fregonesi avalia: “Um professor de matemática tem que saber muito bem sobre matemática, mas mais do que isso, ele tem que saber como ensinar matemática, como que ele transforma aquelas fórmulas, todos os cálculos que ele aprende na graduação, em conteúdos que vão fazer sentido para o estudante que ele vai estar atuando”.

Entre desafios de infraestrutura e qualidade docente, o retrato é claro: garantir condições adequadas de ensino é parte essencial para que o direito à educação seja pleno em todas as escolas do Brasil.

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