Com a flexibilização da quarentena, poluição volta a ficar visível no céu de São Paulo
Cidade chegou a atingir 52 dias com boa qualidade no ar no auge da quarentena, mas agora no inverno a situação tende a piorar com o aumento da circulação de veículos
24/06/2020 15h14
Com a flexibilização do isolamento social e da quarentena, a poluição atmosférica voltou a ficar visível no céu de São Paulo. Com o aumento da circulação de carros e do trânsito, a situação tende a piorar com o início do inverno. A previsão é de tempo frio e seco até o final de setembro, favorecendo o acúmulo de poeira no ar e, consequentemente, um índice maior de doenças respiratórias.
Entre março e junho deste ano, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) registrou 52 dias de boa qualidade do ar em todas as estações. 28 dias em que pelo menos uma estação apresentou qualidade moderada e três dias em que uma ou mais estações apresentaram qualidade ruim.
Para Maria Lucia Guardani, gerente da divisão de qualidade do ar da companhia, a umidade e vento também interferem na dispersão dos poluentes e essas condições foram muito diferentes no período observado nos dois últimos anos. Ainda assim, 2020 está em vantagem.
“O ano passado, embora tenha sido muito bom pra dispersão desses poluentes, é nesse ano, no nosso outono, nessa quarentena, que nós vimos que os índices caíram, o que significa que se não houvesse a quarentena, seguramente nós teríamos uma condição muito pior da qualidade do ar”, afirma Maria Lucia.
Segundo Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, há outro fator que pode contribuir com a redução da qualidade do ar junto da retomada gradual dos veículos nas ruas. “A chuva e o vento são os faxineiros da atmosfera, promovem a limpeza da atmosfera, especialmente a chuva. Esse é um inverno que nós vamos ter problemas, com dias prolongados sem chuva, a atmosfera já tá carregada, com poeira em suspensão”, diz.
A pesquisadora de poluição atmosférica, Nathália Villa, diz que pessoas com problemas respiratórios “se protejam e evitem o tráfego durante horário de pico, que elas evitem algumas condições em momentos de maior emissão de poluentes”.
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