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Brincadeira "de menina" ou "de menino"? Como criar um ambiente que não estimule preconceitos em casa

Não separar cores, brincadeiras e atividades por gênero dá mais liberdade à criança e ajuda no desenvolvimento


03/07/2020 18h40

Desde cedo, as crianças começam a desenvolver suas concepções do mundo ao seu redor. Não é incomum que elas passem a associar a cor rosa e brincadeiras de casinha e boneca às meninas, enquanto azul, carros, armas e ferramentas são considerados masculinos. Por isso, pais e educadores têm papel fundamental na desconstrução desses papéis de gênero nocivos - e isso começa já nas brincadeiras dos pequenos.

De acordo com o psiquiatra Alexandre Saadeh, a identidade de gênero e a sexualidade não têm relação direta com o tipo de brincadeira das crianças. "A brincadeira, em si, não quer dizer nada. Gostar de boneca, gostar de maquiagem, gostar de se vestir de menina pode não ter significado nenhum", explica.

Para Saadeh, que coordena um centro especializado em questões de gênero na USP, o ideal é deixar que a criança seja livre no desenvolvimento: "O grande problema é quando você bloqueia, censura e diz que está errado. Você já inclui nesse desenvolvimento o modo de ser [da criança] e que você, como adulto e figura de referência e modelo na vida, está dizendo que é errado. Então essa criança vai crescer com a noção de que tem algo errado dentro dela".

Para quem quer criar um ambiente livre de preconceitos, os especialistas dão algumas dicas:

Não separar por gênero
Brinquedos, cores, temas e atividades não precisam ser divididos entre "coisas de menino" e "coisas de menina". Dê liberdade para que a criança escolha o que mais gosta.

Combater piadas sexistas
Não tolerar brincadeiras que reforcem ideias preconceituosas mostra que a discriminação não é normalizada dentro de casa.

Divisão das tarefas domésticas
Delegar atividades em casa igualmente para filhos e filhas forma homens e mulheres mais conscientes e responsáveis.

Educação pelo exemplo
Criar um ambiente familiar em que homens e mulheres se respeitam e dividem igualmente as atividades domésticas é a melhor maneira de criar filhos comprometidos com a igualdade de gênero.


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