Qualquer país que tente intervir na guerra da Ucrânia enfrentará uma resposta "rápida como um relâmpago", afirmou o presidente russo, Vladimir Putin.
"Temos todas as ferramentas [para responder] das quais ninguém pode se gabar. E não vamos nos gabar delas, vamos usá-las se necessário", disse ele, no que é considerada uma referência a mísseis balísticos e armas nucleares.
Os aliados da Ucrânia aumentaram o fornecimento de armas a Kiev. Os Estados Unidos prometeram garantir que a Ucrânia vai derrotar a Rússia.
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Autoridades dos EUA e de países europeus dizem que a Rússia está sendo prejudicada em seus esforços no leste.
Na semana passada, a Rússia lançou uma grande ofensiva para tomar a região de Donbas depois de se retirar de áreas ao redor da capital Kiev.
Mas, de acordo com um oficial, as forças russas estão "encontrando dificuldades para superar a firme resistência ucraniana e estão sofrendo perdas".
A Comissão Europeia acusou a Rússia de chantagem depois que Moscou cortou o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que isso mostra a "falta de confiabilidade" da Rússia como fornecedora do produto.
O Kremlin disse que a Rússia se vê forçada a entrar em ação contra as "medidas hostis" das nações europeias.
O corte da Gazprom segue a recusa da Polônia e da Bulgária em pagar o gás em rublos — uma demanda feita em março pelo presidente Vladimir Putin, cujo objetivo é sustentar a moeda russa atingida pelas sanções ocidentais.
Putin falou sobre a intervenção estrangeira na Ucrânia durante conversa com legisladores russos na cidade de São Petersburgo na quarta-feira (27/4).
"Se alguém de fora tentar intervir na Ucrânia e criar ameaças estratégicas para a Rússia, nossa resposta será rápida como um relâmpago", disse ele.
"Temos todas as ferramentas [para responder] das quais ninguém pode se gabar. E não vamos nos gabar delas, vamos usá-las se necessário."
O líder russo disse que todas as decisões sobre o que essa resposta incluiria já foram tomadas — sem fornecer mais detalhes.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e, poucos dias depois, o presidente Putin ordenou que seus militares colocassem as forças de dissuasão nuclear da Rússia em alerta máximo.
Analistas sugerem que essas ameaças são uma tentativa de Putin de alertar os aliados da Ucrânia para não intervirem mais no conflito.
O presidente Putin discursou um dia depois de uma cúpula na Alemanha em que diversos países prometeram aumentar o apoio militar à Ucrânia.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, prometeu mover "céu e terra" para garantir que a Ucrânia ganhe a guerra.
Recentemente, tem havido um número crescente de promessas para aumentar o apoio militar à Ucrânia, incluindo o anúncio da Alemanha de que enviará 50 tanques antiaéreos.
Análise de Paul Adams
Correspondente diplomático da BBC News
Autoridades de países da aliança militar Otan têm falado sobre o que há de mais recente na guerra e dizem que a Rússia continuou a acumular forças dentro e ao redor de Donbas e está obtendo ganhos menores.
"Mas quando eles se deparam com objetivos militares genuínos, eles estão achando difícil superar a firme resistência ucraniana e estão sofrendo perdas", disse uma autoridade.
A chuva forte também está dificultando o progresso russo. "Os russos não gostam de lutar na chuva", disse uma autoridade, acrescentando que os russos têm pouca consciência tática e continuam sofrendo com dificuldades logísticas.
Eles têm a capacidade de operar fora de estradas, mas as autoridades dizem que é surpreendente que eles ainda não tenham feito isso.
Mesmo em lugares onde as forças ucranianas se viram cercadas, elas conseguiram reabastecer suas forças "por um período de tempo surpreendente".
Autoridades observaram que, mesmo em lugares onde a Rússia conquistou terreno, as forças ucranianas mostraram uma capacidade "notável" de contra-atacar — às vezes fazendo isso tão rápido que os russos logo se viram em desvantagem.
As forças especiais ucranianas, operando atrás das linhas russas, estão explorando a vulnerabilidade das longas linhas de abastecimento, o que ajuda a ganhar tempo para a Ucrânia.
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