Estamos na semana do Halloween – ou do Dia do Saci, como preferir. Para quem tem filhos, oportunidade para divertidas festas à fantasia. Para quem gosta de Arte, chance para listas de cinema, livros e, claro, quadrinhos.
Peguei 5 HQs, com estilos e abordagens diferentes de terror, para recomendar na coluna desta semana. Boa leitura!
Uma obra impressionante. A autora sérvia-canadense Nina Bunjevac construiu, com palavras e ilustrações poderosas, uma jornada profunda e incômoda pela mente de um serial killer. A arte deslumbrante encanta, mas não tira o foco de um roteiro inteligente e incômodo.
“Garra Cinzenta”, de Francisco Armond e Renato Silva
Uma HQ nacional com quase 90 anos de idade – e que continua atual. “Garra Cinzenta” traz dois grandes mistérios. O primeiro é: quem é o criminoso mascarado que dá nome ao livro, que aterroriza a cidade e está sempre um passo à frente da polícia? O segundo mistério: o nome do roteirista. “Francisco Armond” é um pseudônimo. Então, quem escreveu esta HQ?
"Hellblazer: Origem - Pecados Originais", de Jamie Delano e vários artistas
John Constantine é um dos personagens queridinhos mesmo por leitores não tão familiarizados com HQs. Suas histórias, especialmente na primeira década, eram sombrias, intricadas, inteligentes – o que acabou se perdendo devido a decisões editoriais da DC Comics. A fase roteirizada por Jamie Delano, que iniciou sua revista mensal e saiu no Brasil reunida nos sete volumes de "Hellblazer: Origem - Pecados Originais", vale muito a pena.
“O Livro dos Insetos Humanos”, de Osamu Tezuka
O “deus-mangá” Osamu Tezuka é muito conhecido por seu trabalho voltado para o público infantil, como “A Princesa e o Cavaleiro” e “Astro Boy”. Mas seu trabalho adulto também é incrível. “O Livro dos Insetos Humanos” é um suspense intenso, por vezes doloroso, focado em uma mulher linda, inteligente, manipuladora e... implacável.
“Os Mortos e os Vivos”, de Jason
O norueguês Jason é um dos artistas mais originais e surpreendentes da cena contemporânea de quadrinhos, na minha opinião. Sua abordagem dos Três Mosqueteiros, por exemplo, envolve até uma viagem a Marte – e o livro, “O Último Mosqueteiro”, é ótimo. Então, você verá zumbis e mais zumbis em “Os Mortos e os Vivos” – mas como ele vai desenvolver a história, aí já foge um pouco do manual dos roteiros de terror.
Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.
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