Coluna Hábito de Quadrinhos

Semana das Mulheres: HQs de estrangeiras que gostaria que saíssem por aqui


03/03/2025 10h15

Próximo sábado, dia 8, é Dia Internacional da Mulher. Data importante, que ganha cada vez mais relevância em um mundo que às vezes parece retroceder em suas mais significativas conquistas.

Esta é uma coluna sobre quadrinhos, e nós, fãs da nona arte, não temos tido do que nos queixar. O Brasil tem ótimas representantes: Helô D’Angelo, Carol Ito, Laerte etc. E ainda há muito mais por descobrirmos, claro. Por isso, listo abaixo obras de quadrinistas estrangeiras ainda inéditas por aqui.

“George Sand: Fille du siècle”, de Séverine Vidal e Kim Consigny

A francesa George Sand (1804-76) é um dos grandes nomes da literatura francesa, autora de contos, peças de teatro e romances – talvez “Indiana” e “François, o Bastardo” figurem entre suas obras mais famosas. Ativista que batalhou pelos direitos das mulheres, sua própria vida é digna de nota. Não à toa, suas compatriotas Séverine Vidal (roteiro) e Kim Consigny (ilustrações) lançaram em 2021 “George Sand: Fille du siècle”, uma biografia em quadrinhos de Geroge Sand. Séverine Vidal, aliás, gostou tanto de escrever sobre ela lançou no ano seguinte o romance “George Sand, L'indomptée”.

“For Better or For Worse”, de Lynn Johnston

A canadense Lynn Johnston criou uma HQ diária que mostra o cotidiano de uma família (os Patterson) e seus amigos em um bairro no subúrbio de Toronto. É uma tira humana, engraçada e sensível sobre estas pessoas, comuns como eu e você. Fora do comum é o talento de Lynn Johnston, que conseguiu manter a tira por três décadas, amealhando prêmios como o Reuben Award (da Sociedade de Cartunistas dos EUA) – aliás, foi a primeira mulher a conseguir a honraria deste tradicional prêmio criado em 1954.

“Kessakusen”, Riyoko Ikeda

A japonesa Riyoko Ikeda já foi publicada no Brasil: é dela a “Rosa de Versalhes”, drama histórico ambientado na Revolução Francesa que se tornou um marco na história dos mangás. Mas e os outros trabalhos dela? Riyoko Ikeda é uma artista prolífica com mais de quatro décadas de carreira. Uma maneira de termos acesso a outros trabalhos dela seria por “Kessakusen”, antologia que reúne algumas de suas histórias curtas.

“Anzuelo”, de Emma Ríos


A espanhola Emma Ríos tem um histórico de sucesso publicando nos EUA, seja trabalhando para a Marvel (o que lhe rendeu algumas indicações ao Eisner Awards, inclusive uma vitória como melhor capista) ou na série autoral de faroeste & terror “Pretty Deadly”, cocriado com Kelly Sue DeConnick. Mas seu trabalho que mais me atrai é o mais autoral – e recente: “Anzuelo”, uma graphic novel lindamente pintada com aquarela centrada em três crianças e suas transformações.

“Zeca Afonso – Balada do Desterro”, de Teresa Moure e Maria João Worm

Abri esta lista com uma biografia e vou encerrar com outra – ou algo parecido, como veremos adiante. O músico português Zeca Afonso é um gigante na arte do seu país, autor da pérola “Grândola, Vila Morena”, canção intimamente ligada à Revolução dos Cravos. A espanhola Teresa Moure e a lusa Maria João Worm encarregaram-se de narrar sua vida em quadrinhos, e assim nasceu “Zeca Afonso – Balada do Desterro”. Trata-se de uma obra tão pouco convencional que o jornal português “Expresso” a descreveu em um artigo com o seguinte título “Uma não biografia de Zeca Afonso: Teresa Moure escreve e Maria João Worm desenha”. Se eu já estava curioso para ler, fiquei ainda mais.

ÚLTIMAS DO FUTEBOL

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Papa Francisco tem noite tranquila, informa Vaticano

Universitário baleado por PM da reserva tem alta do hospital

"Temos que urgentemente rearmar a Europa”, diz presidente da Comissão Europeia

Vaticano diz que estado de saúde do Papa Francisco permanece estável

Lula reforça torcida por Fernanda Torres e 'Ainda Estou Aqui' no Oscar: "Brasil só pensa nisso"