Um parêntese antes de seguirmos adiante. O duro de fazer uma lista curta é que ela é... curta. E cinco trabalhos é pouco! Então, vou continuar listando bons quadrinhos feitos por mulheres diariamente no site Hábito de Quadrinhos, primo-irmão desta coluna, durante a semana inteira. Hoje mesmo publiquei lá uma lista com cinco ótimos trabalhos feito por quadrinistas estrangeiras: tem humor argentino, super-herói americano-paquistanês, erótico italiano...
Feliz Dia das Mulheres!
“Pagando o Pato”, de Ciça
A paulistana Ciça tem uma história e tanto quando falamos de Arte: já publicava quadrinhos nos anos 60. Ela foi além das HQs, publicando também livros de poesia e infantojuvenis (vale a pena ler esta reportagem sobre ela publicada pela Folha no ano passado). Mas esta é uma coluna sobre a nona arte, então vou ficar com uma HQ dela: “Pagando o Pato”, uma obra de humor inteligente e atemporal – o personagem surgiu em 1967!
“Tina – Respeito”, de Fefê Torquato
A série “Graphic MSP” tem uma premissa interessante: chama autores diferentes para trabalharem com personagens consagrados de Mauricio de Sousa. Fefê Torquato aproveitou muito bem sua oportunidade com “Tina – Respeito”. A catarinense retrata o início da carreira de Tina como jornalista para abordar, entre outros temas, a terrível (e atualíssima) questão do assédio. O resultado veio na forma de prêmios: dois HQ Mix (nas categorias “publicação juvenil” e “roteirista nacional”) e um Troféu Ângelo Agostini (melhor roteirista), além de ter sido finalista do Prêmio Jabuti.
“Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço”, de Germana Viana
A pernambucana Germana Viana é uma artista inteligente e divertida (você pode conferir aqui uma entrevista com ela) que cria quadrinhos... inteligentes e divertidos. Entre várias opções, escolhi uma aventura bem-humorada que se passa no espaço: “Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço”. Aliás, seria aventura, ficção científica ou comédia? Você mesmo pode decidir, após ler...
“Morteu por Andarilha”, de Renata C B Lzz
Renata C B Lzz encontrou seu canto nos quadrinhos com histórias curtas e intensas com um quê de terror e sobrenatural. Entre obras nas quais trabalhou sozinha, como “Neta da Morte”, e as aventuras publicadas nas duas coletâneas de “Gibi de Menininha”, fiquei com “Morteu por Andarilha”, que considero uma boa porta de entrada para o trabalho dela.
“Confinada” e sua sequência, “Cancelada”, de Triscila Oliveira e Leandro Assis Leandro
Um preciso e afiado retrato dos nosso termpos! Publicada semanalmente no Instagram, essa série um instantâneo do Brasil durante a pandemia. Uma patroa riquíssima e uma empregada doméstica convivem durante o isolamento social causado pela Covid-19. A série começou como “Confinada” e, há poucas semanas, entrou na segunda fase: a igualmente ótima “Cancelada”.
Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.
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