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A Disney+ estreia, nesta semana, o seriado da Miss Marvel. Acho a personagem dos quadrinhos uma das mais interessantes criadas pela Marvel na década passada. Ela tem uma bagagem bem bacana (falo mais abaixo) que, aparentemente, será transposta para a série.

Mas, veja... Ela não é a única Miss Marvel da editora dos Vingadores. Na verdade, é a quinta!

Então, vamos lá... Você conhece a Miss Marvel? Todas elas?

Capitã Marvel

A primeira Miss Marvel é famosa, mas você a conhece por outro nome. Carol Susan Jane Danvers, militar, durona e exemplo de bravura, surgiu nos anos 60 como coadjuvante do Capitão Marvel, um super-herói alienígena poderosíssimo que viria a fazer parte dos Vingadores.

Pois bem! Em 1976, Carol virou heroína: a primeira Miss Marvel. Não era, convenhamos, uma personagem muito original. No uniforme e nos poderes, era a versão feminina do Capitão Marvel – e, assim como ele, foi membro dos Vingadores.

Carol foi mudando de poderes, uniforme e codinome com o passar do tempo. Em 1982, virou Binária, poderosa aliada dos X-Men; em 1998, mais uma vez como Vingadora, a Warbird; e em 2012, finalmente, a Capitã Marvel. É esta personagem a quem Brie Larson deu vida no Universo Cinematográfico Marvel.

Detalhe: Carol Danvers é a sexta (!!) Capitã Marvel de sua editora. Falo dela e sobre seus predecessores (e sobre um “rival”, o Capitão Marvel da DC), aqui no Hábito de Quadrinhos, site-irmão desta coluna.

Mulher-Coisa

A segunda Miss Marvel dos quadrinhos tinha um uniforme que lembrava o da antecessora, mas era uma personagem bem diferente. Criada em 1985, Sharon Ventura era uma dublê que se apaixonou pelo herói Coisa, do Quarteto Fantástico. Depois, virou atleta de uma classe de luta-livre exclusivo para pessoas com poderes, já como Miss Marvel. Por fim, acabou sendo transformada em uma espécie de versão feminina do Coisa e virou membro do Quarteto Fantástico, onde assumiu, por um tempo, o codinome nada original de Mulher-Coisa.

A Miss Marvel original começou como uma versão feminina do Capitão Marvel, mas evoluiu e virou uma heroína com personalidade própria. A segunda Miss Marvel, agora Mulher-Coisa, não teve tanta sorte e foi para o limbo dos personagens esquecidos, por assim dizermos.

Supéria e Rocha Lunar

No início dos 2010, a Marvel deu uma chacoalhada nos títulos mensais dos Vingadores. Diferentemente do grupo dos cinemas, o dos quadrinhos tem um “dono”: o governo norte-americano. É o presidente e sua equipe que paga os salários, os custos da sede e, por vezes, escolhe os membros do grupo.

Pois bem. Na década passada, o governo norte-americano mudou tudo nos Vingadores. Manteve os uniformes e os codinomes, mas as pessoas por trás das máscaras eram, de maneira geral, vilões que só estavam lá por serem regiamente pagos. Assim, por exemplo, o serial killer Mercenário, inimigo do Demolidor, virou o novo Gavião Arqueiro, enquanto o Venom assumiu o codinome do seu arquirrival, o Homem-Aranha.

Essa fase (conhecida no Brasil como Vingadores Sombrios) não durou muito tempo, mas deu aos leitores a terceira e a quarta Miss Marvel – obviamente, vilãs disfarçadas. Primeiramente, Deidre Wentworth, a vilã que enfrentava o Capitão América como Supéria – mesmo uniforme da Carol Danvers, mas de cabelo preto. Depois, e por mais tempo, Karla Sofen, a Rocha Lunar, uma das mais perigosas inimigas dos Vingadores.

Finalmente, a “nossa” Miss Marvel

Quem vai voar pela sua tela a partir desta semana será Kamala Khan, minha Miss Marvel favorita. É simples explicar por que... Veja as Miss Marvel anteriores: uma militar, uma atleta de luta-livre e duas vilãs. Você se identificou com alguma?

Kamala é filha de imigrantes sem muito dinheiro, que precisa estudar e aproveita seu tempo livre para... ser nerd! Mais do que ler quadrinhos e ser fã de super-heróis, ela escreve suas próprias fanfics. Já me ganhou aí.

Os cinco (!) criadores de Kamala (Sana Amanat, Stephen Wacker, G. Willow Wilson, Adrian Alphona e Jamie McKelvie) nos brindaram com uma adolescente insegura, sonhadora, inteligente, divertida, islâmica, filha de paquistaneses, talvez levemente atrapalhada... Dificilmente vai dar para abordar tudo isso nessa série (não sei se teremos outras temporadas), mas felizmente vai poder apresentar uma personagem tão bacana a um público maior.

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romanceVenha me ver enquanto estou vivae da graphic novel Púrpura, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.