João Ramirez

O futuro da música e dos grandes eventos ao vivo é híbrido

As notícias das últimas semanas antecipam os próximos passos da indústria do entretenimento


22/04/2021 16h17

A Live Nation é um dos gigantes da indústria do entretenimento ao vivo.

Produtora de grandes eventos globais e shows, com sede em Beverly Hills, é um negócio multimilionário construído em torno da aquisição de várias empresas menores de venda de ingressos e promoção.

São muitas divisões de negócios, unindo promoção, venda de ingressos, uma divisão de cinema e televisão, incluindo o sucesso "Nasce uma Estrela", com Lady Gaga e Bradley Cooper e a participação em vários festivais e empresas de gerenciamento de festivais, incluindo Voodoo Music & Arts Experience e Bonnaroo Music and Arts Festival.

Para se ter uma ideia do poder de fogo da Live Nation, em 2007, foi assinado um acordo de 10 anos com Madonna, sob o qual a empresa assumiu várias facetas de sua carreira, incluindo turnês e merchandising e em 2008, algo similar com o U2, que assinou um contrato de 12 anos no valor estimado de $ 100 milhões (£ 70 milhões).

Live Nation também possui vários locais de shows pelos mundo, incluindo a rede de clubes House of Blues, além de teatros e casas menores.

Não é preciso dizer que a Live Nation foi diretamente impactada pela pandemia, não é mesmo?
O negócio da empresa é aglomerar gente!
E a Covid-19 teve um impacto direto no dia a dia da Live Nation, com 70% dos eventos da empresa acontecendo nos Estados Unidos, um dos epicentros da pandemia.

Foram tempos duros para a Live Nation e para todos os organizadores de eventos, que tiveram que se reinventar e construir alternativas para sobreviver à crise.

Tempos de lives!

Que acalmaram o coração dos aflitos durante os piores momentos da pandemia e mostraram que é possível manter os vínculos com os artistas, mesmo à distância.

Tempos de streaming!
Que nunca foram tão ouvidos por tanta gente e bateram todos os recordes de audição nas plataformas digitais como Spotify e Deezer.

E a retomada dos shows e dos grandes eventos não será simples.
Com o medo de novas variantes do vírus e uma retomada gradual do ritmo anterior de promoção de shows, será necessário conviver com um cenário artístico cada vez mais híbrido.

É neste contexto que surgem notícias positivas vindas da Live Natio, que anunciou na semana passada um acordo com a plataforma de transmissão ao vivo Veeps para equipar mais de 60 grandes locais de shows, nos Estados Unidos, com tecnologia para transmissão ao vivo dos eventos por streaming.

Sim, os shows presenciais terão audiência em casa!

E isso pode unir cada vez mais os mundos do áudio e do visual e dar o alicerce para uma nova experiência de entretenimento híbrido.

A nova realidade híbrida já tinha aparecido com força no SWSX deste ano, com iniciativas como a Sessions, de Tim Westergren, criador do serviço de música Pandora, que também busca monetizar as transmissões ao vivo de artistas através de sua plataforma.

E qual é o tamanho do novo mercado global de entretenimento quando somadas as apresentações presenciais com as audiências globais por streaming?

Ainda é difícil saber.

O mundo híbrido é um terreno fértil, ainda em construção, e que será montado em cima da cabeça de mestres construtores que unem o conhecimento da tecnologia e do entretenimento em seu DNA.

Streaming, realidade aumentada, realidade virtual, interatividade, holografia, o cardápio de inovação é enorme e está à serviço da criatividade dos artistas.

Boas notícias dão resiliência e esperança para superar os tempos de crise.

Os próximos anos podem ser ricos e transformadores para a indústria do entretenimento.

E vamos precisar de muita música para superar tudo isso! :)

João Ramirez
é estrategista digital e especialista em livestreaming. Fez a 1ª transmissão ao vivo da história da Internet brasileira, em 1996, e está no Guinness Book of Records. Dirigiu milhares de programas ao vivo nos últimos 20 anos. É um entusiasta do futuro híbrido e pretende estar na platéia de todos os shows que aconteçam após o fim da pandemia!

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