João Ramirez

Os humanos são o futuro

Com tantos algoritmos complexos direcionando nossa vida online e offline, a curadoria humana torna-se fundamental para sairmos da zona de conforto


08/07/2021 11h53

Vivemos na era dos algoritmos.

Se você faz parte de uma rede social, como o Facebook, Instagram ou TikTok, e acha que está interagindo com outras pessoas, sinto muito, você não está.

Nas redes sociais, falamos sozinhos.

Quando você clica no botão de curtir, compartilhar ou comentar, você está alimentando um complexo algoritmo, que informa para um software que aquele conteúdo, seja um texto, foto ou vídeo, é mais relevante que outros conteúdos menos clicados por você.

O algoritmo se alimenta de cliques, do tempo que você fica parado lendo um texto, vendo uma foto ou assistindo um vídeo postado por outra pessoa.

Só que isso não acontece só nas redes sociais.

É assim também na música, quando você ouve algo no Spotify e automaticamente toca outra composição sonora que contenha ondas sonoras que combinem com aquilo que você já ouviu.
Ou no YouTube, que recomenda vídeos baseados nas suas últimas escolhas e de outros perfis parecidos com o seu.

O algoritmo é parte do problema da polarização.
Por causa dele, quem gosta de azul, vê mais azul, quem gosta de vermelho, vê mais vermelho.

E o pior, ninguém percebe que é ele, o algoritmo, que faz as escolhas daquilo que acha que é importante você ver dentro daquilo que é sua rede de contatos nas redes sociais.

Para vivermos em um mundo diverso, é preciso ter acesso ao outro lado, e os algoritmos limitam este nosso alcance.

No mundo dos algoritmos, só existe o nosso lado.

Para a arte, isto é brutal.

Como saber se você gosta de hip-hop, se o algoritmo só toca forró?

Em parte, isso explica a ascensão dos podcasts e webrádios, onde humanos produzem conteúdos e fazem a curadoria daquilo que você deve ouvir.

Explica também o sucesso das newsletters, que fornecem notícias direto na caixa de entrada, com curadoria humana e sem a intervenção de algoritmos.

E vai impactar em toda a indústria cultural.

Os humanos estão cansados dos algoritmos.

E essa é a próxima grande revolução que temos pela frente.

João Ramirez
é estrategista digital e especialista em livestreaming. Fez a 1ª transmissão ao vivo da história da Internet brasileira, em 1996, e está no Guinness Book of Records. Dirigiu milhares de programas ao vivo nos últimos 20 anos. Participou de projetos ativistas e de engajamento de pessoas pelas redes sociais. É adepto de um futuro híbrido, onde o ser humano vai ser sempre mais importante que os algoritmos.

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