João Ramirez

A educação híbrida na pandemia

Como a tecnologia pode ter contribuído para acelerar a transformação digital na educação em tempos de Covid-19


19/02/2021 17h29

Crianças e adolescentes em idade escolar foram fortemente impactados pela pandemia e o isolamento social. Com o fechamento presencial das escolas, o ensino sofreu uma verdadeira mutação nos últimos meses com inovações que podem ser incorporadas ao dia a dia escolar e servir de referência para os próximos anos pós-pandêmicos.

Um bom exemplo é o Centro de Mídia de Educação de São Paulo, uma plataforma de aulas online, criada em 2020, pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (CEDUC) para os alunos continuarem as aulas durante o isolamento.

Aulas remotas para mais de 3,5 milhões de estudantes!

A iniciativa juntou os melhores professores da rede, uma boa infra-estrutura televisiva, um aplicativo de celular e dois canais da TV aberta. Dentro da plataforma alunos e professores acompanham as transmissões ao vivo e podem interagir.

Como todo o conteúdo é transmitido ao vivo por livestreaming, até mesmo smartphones simples com chips pré-pagos conseguem acessar o aplicativo, que é gratuito e liberado em todas as operadoras de celular, até mesmo para quem não tem crédito.

A experiência das aulas online por livestreaming e TV aberta se repete em vários Estados do Brasil, unindo o conteúdo transmitido ao vivo com materiais impressos enviados para a casa de cada aluno.

O método 100% online não é a solução definitiva para a educação, o papel do professor em sala de aula é fundamental para tutorar o caminho de cada aluno durante seu processo individual de aprendizagem e criar dinâmicas presenciais que reforcem o conteúdo e mantenham o interesse na matéria.

A prioridade é sempre a relação professor e aluno e o ensino presencial tem dinâmicas que o virtual nunca irá reproduzir!

Fora isso, uma pesquisa encomendada pelo banco digital C6 Bank, realizada pelo Instituto Datafolha, aponta que cerca de 4 milhões de estudantes brasileiros, com idade entre 6 e 34 anos, abandonaram os estudos em 2020, o que representa uma taxa de 8,4% de evasão escolar.

Segundo especialistas, levaremos anos para recuperar o déficit no processo educativo após a pandemia.

E aí é que o ensino híbrido pode fazer toda diferença!

Metodologias que nasceram em plena pandemia, com o senso de urgência (e os erros e acertos) que o momento exigia, foram sendo aprimoradas durante os últimos meses e a sistematização destas experiências podem e devem começar a ser relatadas para serem incorporadas (naquilo que tem de bom) no dia a dia das escolas pós-pandêmicas.

Se juntarmos o conhecimento das escolas privadas, que também tiveram que se reinventar, as inovações dos sistemas públicos (através dos Centros de Mídias) e os meios de difusão que os Estados e Municípios possuem (como as rádios e TVs educativas) e o apoio das operadoras de telecom (com acesso livre aos aplicativos de educação) podemos construir um novo modelo de educação híbrida, único, inclusivo e com a cara do Brasil.

Uma nova educação para um novo tempo!

João Ramirez
é estrategista digital e especialista em livestreaming. Fez a 1ª transmissão ao vivo da história da Internet brasileira, em 1996, e está no Guinness Book of Records. Dirigiu milhares de programas ao vivo nos últimos 20 anos. Trabalhou com projetos de inovação em educação e acredita que o futuro do ensino é híbrido.

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