Fundação Padre Anchieta

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 FIA Formula E Media Service
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Se você não viu o e-Prix de Mônaco, que a TV Cultura mostrou ao vivo no último sábado (8), sinto dizer, mas você perdeu uma corridaça. Como bem havia previsto Lucas di Grassi, o circuito de Mônaco, que recebeu sua primeira corrida lá no longínquo 1929, foi feito para a Fórmula E. Pela primeira vez a categoria usou o traçado completo – o mesmo usado pela Fórmula 1.

E se na F1 o que vemos é um desfile chique em alta velocidade, mas com raras ultrapassagens, na Fórmula E foi justamente o contrário. A corrida foi um show de disputas e ultrapassagens de tudo quanto era lado. Mitch Evans passou Antonio Félix da Costa lindamente por fora na curva 3, a Massenet, e na última volta da corrida o português devolveu a manobra de maneira espetacular.

Da Costa colocou por fora na saída do túnel, na forte freada em descida para a nova chicane – esta, ligeiramente diferente da usada pela Fórmula 1 – e concluiu a ultrapassagem com maestria, fazendo até o narrador Marco de Vargas se levantar da cadeira dentro do estúdio.

Um espetáculo e, finalmente, uma vitória nesta temporada. O bom português passou bem perto em Valência, quando ficou sem energia na abertura da última volta da confusa corrida 1 no circuito espanhol. Agora, mostra que está de volta. Afinal de contas, é o atual campeão. E mostrou, em Mônaco, com quantos paus se faz uma caravela.


Brasileiros – Eles não foram bem. Lucas di Grassi se classificou em 17º e Sérgio Sette Câmara largou de último depois de bater na última curva em sua tentativa de volta rápida no classificatório. Lucas operou os milagres a que nos acostumamos a ver nesta temporada: larga da metade final do grid e com uma inteligência monstruosa, vai cavando terreno, trabalhando estrategicamente e se recuperando. Estava em oitavo na última volta quando levou um toque na última curva. Terminou em décimo e somou mais um pontinho, o que ainda é muito pouco diante do tamanho do piloto na história da Fórmula E e diante do peso que a Audi tem como equipe. Di Grassi diz que o carro é bom, mas precisa melhorar nas classificações.

Sette Câmara teve um fim de semana problemático do começo ao fim. A equipe Dragon Penske estreou no Principado o novo motor – ou trem de força, ou powertrain -, que na verdade é todo um conjunto com motor, inversor, câmbio e suspensão traseira. Teve problemas no primeiro treino livre, causou bandeira vermelha e só foi ver a pista de novo a sete minutos do fim do segundo treino livre. No qualy, como ele mesmo disse, “ou passeava ou ia com tudo”. Foi com tudo – e mais um pouco – ao acertar a proteção na última curva em sua volta rápida, volta que lhe daria no mínimo um lugar entre os dez primeiros do grid. Na prova, o 15º lugar.

A Mercedes nem de longe parecia aquela equipe a ser batida. Nyck de Vries perdeu a liderança do campeonato. Ficou no zero em Mônaco e viu agora seu compatriota Robin Frijns, da Virgin (equipe cliente da Audi) ficar em segundo e se isolar na ponta da tabela com 62 pontos – só cinco a mais que De Vries. Da Costa escalou dez posições no campeonato. Foi de 14º para quarto com 52 pontos.

E ele promete vir em busca do bicampeonato. Está apenas a dez pontos do líder. Por estas e outras, eu não perderia a rodada dupla de Puebla, no México, nos dias 19 de 20 de junho...

Cleber Bernuci é jornalista e narrador dos treinos livres da Fórmula E no site oficial da TV Cultura.