Coluna Slime

Rainhas empoderadas

Você curte reality? Acredita na importância do respeito à diversidade? Então, se liga neste Slime sobre "Nasce uma Rainha", nova produção original da Netflix


26/11/2020 21h23

Este espaço conquistado pelas drags no Brasil e no mundo é de fundamental importância para que as pessoas possam conhecer e valorizar essa arte, desfazer os pré-conceitos e dissipar as nuvens de estigmas que nublam seus olhos. Assista, divirta-se, entenda, compreenda.Semanas atrás, estreou na Netflix um reality brasileiro protagonizado por duas artistas que, juntas, esbanjam talento e carisma: Glória Groove e Aléxia Twister. E tenho um enorme prazer em falar delas. Por quê? Se você já assistiu à primeira temporada do reality Nasce uma Rainha, você sabe bem do que estou falando. Se não assistiu ainda, vem comigo que tenho certeza de que você vai terminar este texto com razões de sobra para ver.

Há anos, a renomada drag queen RuPaul vem apresentando o reality RuPaul’s Drag Race e revelando ao mundo a arte drag - artistas incríveis que dublam, dançam, criam seus próprios looks, fazem suas makes. Só que, no programa americano, há também muita gritaria e confusão durante a disputa, o que a meu ver é um ponto bastante desnecessário, pois só ajuda a reforçar uma imagem negativa e preconceituosa que se tem do mundo Drag. É justamente aqui que o reality brasileiro ganha pontos. Não há, em momento algum, este clima de disputa e competição. Pelo contrário, o programa tem como principal objetivo estimular a autoaceitação dos participantes e revelar seus talentos trancados.


A primeira temporada é curta, tem apenas seis episódios, que duram aproximadamente 45 minutos, cheios de criatividade, irreverência, descobertas, revelações e até choro. As apresentadoras se tornam madrinhas dos participantes e convidam um artista ou uma artista por episódio para orientá-lo a tirar do armário a sua drag queen ou o seu drag king – sim, há a participação de mulheres no programa, o que também difere do programa da RuPaul. A produção é divertida, colorida, dinâmica e tem um toque especial: a cada episódio, um membro da família do participante ou alguém muito especial, mas que geralmente não aceita ou não conhece o mundo drag, é convidado a assistir o resultado de todo o processo de transformação: o show! É aí que mora toda a expectativa para o público – qual será a reação dessa pessoa? O que faz uma drag queen? Como faz? Como se prepara?

Quem são as apresentadoras?

Daniel Garcia Felicione Napoleão (Glória Groove) é cantor, dublador, rapper, compositor e drag queen conhecida no Brasil e no exterior por suas músicas e coreografias. Iniciou sua carreira em 2002, fazendo parte da nova formação do grupo infantil Balão Mágico. Em 2006 participou do quadro de calouros Jovens Talentos, no Programa Raul Gil, e, no mesmo ano, integrou o elenco da novela Bicho do Mato, na Record TV. Além disso, se dedicou à dublagem por 10 anos. Como a drag Glória Groove, ganhou notoriedade nacional em 2016, com a faixa "Dona". Menos de três meses depois, o vídeo já tinha alcançado a marca de um milhão de visualizações no YouTube, emplacando outras faixas como "Império", "Catuaba", "Gloriosa", "Muleke Brasileiro", "Bumbum de Ouro", "Arrasta (com Léo Santana)" e "Coisa Boa".

A drag queen Alexia Twister é atriz, dançarina e alter ego de Matheus Moreira de Miranda. Até o momento, era bastante conhecida principalmente pelo público LGBTQI+, mas, agora, certamente, está sendo reconhecida por cada vez mais pessoas. E não é por menos: teve suas performances elogiadas por Kylie Minogue, Guy Oseary e Lady Gaga. "A Alexia é um traço da personalidade do Matheus, não consigo enxergar um sem o outro. A importância da Alexia para o Matheus acaba sendo a mesma importância do Matheus para a Alexia. Um só existe porque o outro existe", contou Matheus em uma entrevista ao site da RedBull.

Essas duas artistas juntas esbanjam generosidade, simpatia, carisma e respeito pela profissão, mas muito mais ainda pelo ser humano que se coloca diante delas para viver o sonho de se tornar uma drag queen.

Este espaço conquistado pelas drags no Brasil e no mundo é de fundamental importância para que as pessoas possam conhecer e valorizar essa arte, desfazer os pré-conceitos e dissipar as nuvens de estigmas que nublam seus olhos. Assista, divirta-se, entenda, compreenda.

Jonathan Faria é ator, arte-educador, ilustrador, apresentador e ator de voz (voz original, locução, narração e dublagem)

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