Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Facebook
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E aí, beleza? Este é o nosso primeiro encontro aqui. Estou muito animado com esta oportunidade de falar diretamente com você que, assim como eu, gosta de arte nas suas mais variadas linguagens: teatro, música, dança, street art, pintura, desenho, escultura, modelagem.... E eu estou achando tudo isso SURREAL!!!!

Imagem: Reprodução/Instagram @artesdepressão

Ops, “surreal”?! Você já ouviu ou usou essa expressão, né? 

Se sim, beleza! Você é surreal!

Se não... Sério?!?!?! Você é surreal!

Mas, se você acha que essa expressão já está ultrapassada, é coisa de “velho”, aí eu vou te dizer: você é surreal!!!

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Brincadeira! Eu acho essa expressão muito legal, porque a gente pode usar com variadas intenções, assim como fiz aqui com você. E também dá pra usar de outras maneiras como, por exemplo, quando a gente quer dizer que algo ou alguma situação é inacreditável, que não existe, que está fora da razão, que não corresponde com a realidade, que parece pura imaginação, que é incrível, que é inusitado, é exótico, é incomum, é excêntrico, é anormal, é bizarro, é lindo, é Kafkiano (Oops! Essa expressão fica para outro Slime!).

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E o que acho mais legal ainda é a origem da expressão. Ela surgiu na década de 1920, na Europa, no período entre as duas guerras mundiais (1918-1939), com o movimento literário e artístico denominado Surrealismo, que foi bastante influenciado pelas Teorias da Psicanálise de Freud. Isso fez com que ele ficasse marcado como um movimento que dá importância ao papel do inconsciente nas atividades criativas. Algo muito - mas muito! - diferente da racionalidade do Realismo que, para os artistas do Surrealismo, destruiu a espontaneidade do fazer artístico.

No Surrealismo, o artista deve deixar o impulso criativo fluir do subconsciente e dos sonhos, dando vazão à fantasia e à loucura para expressar tudo o que lhe vier à mente, permitindo a fusão do sonho e da realidade, sem se preocupar com a lógica. Assim, esses artistas criaram um tipo próprio de realidade: uma “surrealidade”!

Imagem: Reprodução/Facebook @artesdepressao

Dos vários artistas que fizeram parte do movimento Surrealista, o espanhol Salvador Dalí (1904–1989) tornou-se o “garoto-propaganda”, certamente por sua excentricidade e por sua fixação por temas com alucinações, que ele representava com técnica apurada e meticuloso realismo, distorcendo objetos e colocando-os grotescamente em paisagens de sonho.

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"A Persistência da Lembrança", de 1931, é uma das suas obras mais famosas e retrata um dos seus pesadelos mais frequentes. O quadro mostra relógios derretidos (que parecem estar em decomposição) com a presença de uma mosca e de uma colônia de formigas que parecem jóias sobre um outro relógio, um estranho pedaço de carne sem definição, um tronco de árvore seca e a autocaricatura do pintor encoberta por um relógio derretido. O resultado é uma arte simbólica, recheada de elementos que saem da racionalidade, tirando dos objetos cotidianos a sua lógica real.

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Mesmo tendo sido lançada muitos anos antes da estruturação do Surrealismo, uma das obras literárias mais importantes de todos os tempos já continha muitos dos conceitos que foram aplicados nas artes plásticas pelos surrealistas. Foi quase como um spoiler! Sabe de qual livro estou falando? Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. A conexão era tanta que, em 1969, Dalí chegou a ser convidado para ilustrar uma das edições do livro, que foi relançada em 2015, pela Princeton University Press, em comemoração aos 150 anos da obra-prima de Carroll.

Uma superdica para esta quarentena é visitar online (e de graça!) alguns museus no mundo que contam com obras surrealistas. São os casos do Museu Reina Sofía, na Espanha; do Museu de Arte Moderna (ou MOmA), em Nova Iorque; e do Museu Nacional de Arte Catalã, também na Espanha. Ah, é claro, o Teatro-Museu Dalí também tem uma visita online disponível!

Imagem: Reprodução/Twitter

E já que o nosso papo começou com a expressão SURREAL, então, agora que você já sabe um pouquinho sobre esse movimento artístico revolucionário no campo literário e visual, e depois de termos recheado essa palavra de significados, cores, texturas e sonhos (assim como um Slime!), eu sugiro que você olhe à sua volta, na sua vida cotidiana, e procure referências surrealistas nos livros, nos filmes, nas séries que você gosta e compartilhe a sua experiência.

Valeu! Até o próximo Slime!

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Jonathan Faria é ator, arte-educador, ilustrador, apresentador e ator de voz (voz original, locução, narração e dublagem).