O Ministério da Agricultura contestou a decisão da rede francesa de supermercados Carrefour de não vender mais carne produzida por países do Mercosul. Produtores brasileiros também criticaram o veto.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina e de aves do mundo e mantém relações comerciais com a União Europeia, que compra e atesta a qualidade e sanidade dos produtos brasileiros há mais de 40 anos.
O Carrefour afirmou que a decisão foi tomada após protestos dos agricultores franceses contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que eles consideram que pode trazer risco à produção de carne que não cumpre com requisitos e padrões do mercado francês.
Luis Rua, secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, disse torcer para que a medida da rede francesa não seja um “movimento coordenado”.
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“Queremos crer que não seja, mas o fato é que as negociações entre a União Europeia e o Mercosul estão em um estágio bastante avançado. Nós pudemos comprovar isso durante o G20, quando houve reuniões bilaterais que tratavam do tema”, diz o secretário.
O grupo Carrefour Brasil afirmou que as operações no país não vão mudar. A empresa varejista tem mais de mil lojas no país abastecidas principalmente com carnes brasileiras.
Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes disse que o posicionamento vai contra os princípios do livre comércio e expõe o mercado europeu a riscos de abastecimento, já que a produção local não supre a demanda interna.
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