Marca histórica em Tóquio. O norueguês Salum Ageze Kashafali fez melhor marca dos 100 metros rasos da história das Paralimpíadas na manhã do último domingo (29). Foram 10s43 na final da categoria T12 (atletas de baixa visão). O que chama mais atenção é a trajetória até essa conquista.
Quando criança, Kashafali fugiu da Guerra Civil na República Democrática do Congo. Junto a sua família, ele encontrou refúgio na Noruega. Porém, passou muitas dificuldades até se tornar um atleta profissional.
“Não sei o que dizer, cara (começa a chorar). Eu vim do nada. Eu pedia esmola nas ruas. Eu acreditei. Me mudei para a Noruega como refugiado. Passei por tanta coisa, de tiros à fome, e estar aqui como um dos melhores significa muito para mim. Valeu a pena. Fui de zero a alguma coisa. Tudo é possível. Estou muito feliz em ser um dos atletas paralímpicos mais velozes da história”, disse o corredor.
Com a performance de hoje, Kashafali bateu o recorde do irlandês Jason Smyth, que era de 10s46 em Londres 2012. Mas ainda não é a melhor marca da história. O tempo é apenas 1 centésimo mais lento que os 10s42 do brasileiro Petrúcio Ferreira dos Santos no Mundial de 2019 na T47.
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Mesmo com o recorde, o corredor valoriza mais a conquista de uma medalha paralímpica: “O objetivo era ganhar uma medalha. Eu sei que sou veloz, mas não esperava correr tão rápido assim. Isto foi apenas um bônus”.
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