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Nesta edição especial de Caixa Acústica, Alexandre Ingrevallo conversa com André Christovam, guitarrista, cantor e compositor paulistano.
Seu despertar para a música surgiu por volta dos 13 anos, quando um amigo lhe apresentou a lendária banda inglesa “Cream”, formada pelo o guitarrista Eric Clapton, o baixista Jack Bruce e o baterista Ginger Baker. A improvisação e o som expansivo, com influências de jazz e blues, do “Cream” conquistaram o jovem André que começou sua história na música estudando violão clássico. Sua formação inclui também passagens pelo CLAM, escola de música fundada pelo Zimbo Trio, e dirigida por Amilton Godoy, e no GIT (Guitar Institute of Tecnology) em Los Angeles, sendo o primeiro brasileiro a se formar nessa instituição.
Seus trabalhos são diversos e numerosos, para destacar alguns, podemos citar o trio de blues rock “Fickle Pickle”, formado antes de sua partida aos EUA. Já no Brasil, compôs um disco com o saudoso Kid Vinil, a banda foi batizada de o “Kid Vinil & Os Heróis do Brasil” e fazia um rock mais pop, com guitarras bem blueseras. Outro destaque da carreira de Christovam foi ter trabalhado com Rita Lee e Roberto de Carvalho, fazendo parte da banda da rainha do rock nacional e participando do disco “Flerte Fatal”. Ele também esteve nas gravações de “Panela do diabo” (1989), álbum de Raul Seixas e Marcelo Nova, o último registrado pelo Maluco Beleza.
Não poderia ficar de fora dessa conversa “Mandinga”, o primeiro disco solo de André Christovam que em 2024 completa 35 anos de seu lançamento. Considerado um marco no blues brasileiro, “Mandinga” foi sucesso de vendas, galgou um espaço, até então inédito, nas rádios e, ao lado de bandas como “Blues Etílicos”, “Blue Jeans” e “Baseado em Blues”, ajudou a criar uma cena de blues no Brasil.
Uma das chaves do sucesso de “Mandinga” está em suas letras em português, Christovam buscou uma narrativa tipicamente brasileira e tomou como inspiração os sambas de Noel Rosa, Cartola e da dupla João Bosco e Aldir Blanc para escrever com um humor e ironia com os quais o público se identificava imediatamente. “Mandinga” ganhou um documentário homônimo dirigido por Egler Cordeiro.
Atualmente vivendo em Glasgow, na Escócia, André Christovam se afastou dos palcos e turnês, sua principal atividade é o ensino de guitarra tanto presencialmente, quanto aos milhares de alunos online.
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