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No programa de hoje o roteiro traça um panorama geral do que aconteceu nos anos oitenta através de suas principais bandas. Numa década em que houve altos investimentos das gravadoras em artistas e, por consequência, também maior interferência na estética sonora, no estilo e nas gravações dos discos, a música foi sendo direcionada para algo mais palatável e de fácil absorção pelo grande público.
Ainda que considerando a força contagiante da New Wave em sucessão ao punk rock, ditando tendências na moda e nas novas tecnologias de instrumentos como indutores da mudança estética no som, é evidente que as ações da indústria fonográfica nesta década, estabelecendo planos de mídia ousados e um marketing agressivo para fazer acontecer suas apostas, tinha como objetivo transformar a música em um produto comercial, com maior apelo radiofônico e televisivo, um fenômeno de massa, portanto. A música se transformaria na prática, com versões mais curtas, na forma estrofe-refrão-estrofe-refrão como fórmula padrão, solos também menores, letras simples e despretensiosas e assim por diante... O pacote completo para a criação de um fluxo produtivo que aumentou em tamanho o mercado da música e expandiu o público consumidor.
O resultado foi o surgimento de uma geração de artistas e bandas muito distinta, que deixou suas marcas. Algumas delas nos acompanham nesta edição, a cantora May East e o guitarrista Miguel Barella contam sobre a “Gang 90 e As Absurdettes”, grupo liderado pelo inquieto artista Júlio Barroso. Edgard Scandurra relembra o início do Ira! e o baterista João Barone fala sobre a formação da banda e como ele foi escalado para assumir as baquetas.
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