Aos 70 anos, o guitarrista norte-americano John Scofield lança seu primeiro álbum solo, pela ECM. Um álbum recheado de temas e canções que constituem uma autobiografia musical de formação. Ou seja, ele revisita as melodias que lhe são caras e preciosas. É o que confessou em recente entrevista: “Acho que há nele uma delicadeza que eu adquiri ao tocar sozinho em casa”, durante a pandemia. “Me acostumei a tocar em grupo, coisa que adoro, claro. Mas considero que este é um jeito mais delicado de identificar a beleza das cordas”.
Ele nasceu em 21 de dezembro de 1951. Começou a aparecer na cena jazzística ao tocar no grupo de Miles Davis no início dos anos 1970. Em 1977, participou do álbum “Three or four shades of blues”, do contrabaixista Charlie Mingus, mesmo ano em que gravou seu primeiro álbum como líder, “John Scofield Live”, em quarteto, para o selo Enja. De lá para cá, firmou-se como um dos mais refinados guitarristas da cena atual. Sua discografia é um autêntico “who’s who” do melhor jazz moderno. Inclui nomes como Herbie Hancock. Joe Lovano, Pat Metheny, entre muitos outros.
O CD desta semana, John Scofield solo, lançado este mês pela ECM, é uma súmula das influências e idiomas que ele absorveu reinventou em suas performances. Numa situação solo, seu toque soa ainda mais sutil. Sonoridades clássicas, extremo cuidado com os detalhes.
O repertório é muito variado. Parte de “Coral”, composição de Keith Jarrett, temas de Buddy Holly, Hank William, standards como “It could happen to you” e “My old flame”, alternados com composições próprias, como “Elder Dance” e “Honest I Do”.
A cada semana o crítico musical João Marcos Coelho apresenta aos ouvintes da Cultura FM as novidades e lançamentos nacionais e internacionais do universo da música erudita, jazz e música brasileira. CD da Semana vai ao ar de terça a sexta dentro da programação do Estação Cultura e Tarde Cultura.
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