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Você não deve ter ouvido falar de Mikalojus Konstantin Ciurlionis. Ele é mais conhecido no circuito das artes plásticas do que na música. Sua obra musical, no entanto, merece ser divulgada, sobretudo pelo engenhoso modo que ele encontrou de fundir as duas artes que mais o apaixonaram a vida inteira. Ele nasceu em Varena, na Lituânia, em 22 de setembro de 1875. Em seus 35 anos de vida – morreu em 10 de abril de 1911 --, ele se multiplicou não apenas como um dos pintores mais interessantes do vertiginoso início do século 20 nas artes plásticas, mas também como compositor. Só que sua obra musical permanece praticamente desconhecida até hoje.
A passagem dos 150 anos de seu nascimento abre uma dupla chance para conhecermos melhor seu trabalho musical. A Deutsche Grammophon está lançando um álbum que começa a resgatar, para públicos mais amplos, sua produção musical, que gira em torno das 400 obras catalogadas. Curioso: é mais do que suas 300 criações plásticas, onde também foi um dos pioneiros da arte abstrata.
Faz sentido. Ele entendeu a pintura como subproduto da arte musical, em termos de importância em sua vida criativa. Estudou piano e composição no Conservatório de Varsóvia, e depois regência, contraponto e composição no Conservatório de Leipzig.
Seu ídolo maior era Bach. Ciurlionis chamou-o de “sólida fundação do edifício da música contemporânea”. Em outra declaração, afirmou que “sem Bach ninguém pode tornar-se bom músico”. Falou e fez música a partir destes pressupostos. Em cinco anos, entre 1898 e 1902, compôs 24 obras emulando o contraponto bachiano.
O CD desta semana na Cultura FM é o álbum “Back to Nature”, de volta à natureza, lançado há quinze dias pela DG. Nele, duas obras sinfônicas fundamentais de Ciurlionis – “Jüra”, Mar, e “Miške”, na floresta – e três peças curtíssimas para piano – convivem com “Aidija”, de Romualdas Grazinis, compositor e regente coral lituano, foi professor na Escola de Arte Ciurlionis, em Vilnius, na Lituânia.
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