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O CD desta semana na Cultura FM, “A Música Instrumental de Carlos Moreno por 51 Intérpretes”, representa um merecido ponto de chegada virtuoso, numa trajetória que jamais se limita à prática estrita do ofício de músico do universo clássico. Em vez disso, abraça a brasilidade e as formas populares.
Com mais de 80 obras compostas num itinerário paralelo ao seu trabalho de maestro, Moreno me lembra o ideário do compositor Paul Hindemith, cujo mote era a via educacional. Em carta de 1930, Hindemith definia-se a favor de música “para projetos educacionais ou então com propostas sociais, sejam elas dedicadas a amadores, crianças e até programas de rádio”.
As 13 peças contam com a participação de 51 intérpretes. É música tecnicamente acessível, combinando qualidade de invenção com ampliação do alcance desta música plural e profundamente brasileira.
Moreno quer “abrir espaço para novas leituras da música de concerto produzida no Brasil, fortalecendo pontes entre criação, performance e educação”. Assim, oficinas, workshops e ações formativas darão aos músicos acesso ao repertório, possibilitando intercâmbio com jovens intérpretes.
O que mais encanta nesta empreitada é esta ênfase na inclusão social, no entrelaçamento de arte e educação. A frase de Moreno é esta: “A música que propomos aqui carrega uma brasilidade que também pode ser sofisticada. É uma música feita para tocar e pertencer”.
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