Tchaikovsky, a Sinfonia n. 5 e a Alma que Sangra
Por menos elegância e refinamento e mais abordagens cruas
14/05/2023 13h00
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“A natureza genuína, sem filtro, unida a uma extraordinária criatividade melódica, fez com que em todas as grandes obras de Tchaikovsky exista uma quantidade absurda de temas lindos e que conquistam de imediato”, introduz Baldini. “Talvez isso seja uma das razões pelas quais, hoje, a tendência seja interpretar um Tchaikovsky elegante, refinado, extremamente cuidado nos mínimos detalhes e que satisfaça os sentidos das pessoas que querem ouvir mais uma vez essa lindas melodias”, diz.
Por outro lado, o violinista chama a atenção para outras abordagens, mais cruas. “Fujo das interpretações perfeitamente moldadas, com sonoridades opulentas, com romântica beleza. Me fascinam muito mais as abordagens que tiram a máscara das lindas melodias e mostram uma alma que sangra. Há uma consciência da decadência de uma civilização, há uma constante angústia. São essas as versões que mais amo”, assume.
Esse Tchaikovsky “sem máscaras” aparece nesta audição de Contrastes, por meio da Sinfonia n. 5. As interpretações escolhidas são a da Filarmônica de Leningrado regida por Yevgeny Mravinsky, Alan Gilbert com a Filarmônica da NDR de Hamburgo e com o maestro Valery Gergiev à frente da Orquestra do Teatro Mariinsky.
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