Fundação Padre Anchieta

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Foto: Peter Meisel
Foto: Peter Meisel Maurizio Pollini

Ouça a homenagem do Estação Cultura para Maurizio Pollini! 


“Se o Pollini ser humano não está mais entre nós, o Pollini artista continuará por muito tempo (...) eu acho que o legado dele não morrerá nunca”. A declaração do violinista Emmanuele Baldini, spalla da Osesp, resume a importância do pianista Maurizio Pollini, um dos maiores de sua geração. Músico reverenciado, o italiano morreu no último sábado (23), aos 82 anos, e foi velado no La Scala, em Milão, teatro ao qual era muito ligado. A estreia no icônico espaço italiano de ópera ocorreu em outubro de 1958; e o último concerto foi em fevereiro de 2023. Maurizio Pollini estava doente e, recentemente, chegou a cancelar alguns concertos.

O milanês nascido em 5 de janeiro de 1942, filho de pai arquiteto e de mãe musicista, começou a estudar piano aos cinco anos e, em 1957, já chamava a atenção por sua interpretação dos Estudos de Chopin. Em 1960 venceu o Concurso Chopin em Varsóvia, sendo muito elogiado pelo então jurado, Arthur Rubinstein (1887-1982). Colecionou muitos outros prêmios e condecorações. O mais recente foi em 2017, quando venceu o Echo Klassik Award na categoria instrumentista do ano.

Maurizio Pollini é referência para várias gerações de músicos de todo o mundo, como o violonista brasileiro Fábio Zanon, que cita as gravações do italiano para o selo Deutsche Grammophon. “Para quem se educou musicalmente na época do vinil, ele era presença constante. A gente entrava numa loja e encontrava os LPs dele para a Deutsche Grammophon”. Zanon ainda ressalta a característica de Pollini como intérprete moderno, que não carregava na subjetividade e tinha extremo respeito e escrúpulo pela partitura”.

Nos recitais, o artista misturava, frequentemente, peças do repertório clássico e romântico com obras do século XX – sempre mantendo o diálogo entre o passado e o presente. A técnica incomparável e a integridade interpretativa inabalável fizeram dele o mestre modernista do instrumento.

O pianista carioca Eduardo Monteiro, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, era ainda muito jovem quando conheceu a obra de Maurizio Pollini. “É curioso lembrar, mas a primeira gravação que eu comprei de música clássica foi um LP de Pollini tocando os 24 Estudos de Chopin. Essa gravação foi marcante para minha geração e até hoje a utilizamos como modelo”, ressalta. Para Eduardo Monteiro, a morte de Maurizio Pollini indica uma era de pianistas que está se extinguindo. “Eu diria que um dos últimos representantes dessa geração ainda em forma e atuação é Martha Argerich, que também foi vencedora do Concurso Chopin”.

O programa "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM e 77.9 FM estendida, de segunda a sexta-feira, às 10h. O programa é transmitido também na Rádio Cultura Brasil AM 1200 e no aplicativo Cultura Play.