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Nesta semana (terça-feira, dia 3 de dezembro), o colunista Chico Carvalho comentou no programa “Estação Cultura” sobre o livro contendo aforismos e reflexões filosóficas do peruano Julio Ramón Ribeyro, publicação da editora Rocco.
“Vivemos em um mundo ambíguo, as palavras não querem dizer nada, as ideias são chequem sem fundos, os valores carecem de valor, as pessoas são impenetráveis, os fatos, uma massa disforme de contradições, a verdade, uma quimera, e a realidade, um fenômeno tão difuso que é difícil distingui-la do sonho, da fantasia, da alucinação”.
Essas prosas apátridas não são os registros de um escritor sem pátria. É a escrita ela própria que não encontrou seu lugar, um capítulo para ajudar a contar uma história já em andamento, algum parágrafo de reflexão solta que não se sabe em qual ideia maior poderia vir a contribuir, e assim permanecem livres, à deriva, náufragas de um contexto maior.
Julio Ramón Ribeyro nasceu em Lima, capital do Peru, no ano de 1929. Morreu em 1994, mesmo ano em que ganhou o prestigiado Prêmio Juan Rulfo pelo conjunto de sua obra. Ele é um dos mais influentes contistas latino-americanos, dono de uma obra de estilos variados, incluído contos, dramaturgia para o teatro, diários e escritos esparsos. Outro peruano - o escritor ganhador do Nobel de literatura Mario Vargas Llosa -, idolatrava o talento de seu conterrâneo.
“Prosas Apátridas” é um livro de Julio Ramón Ribeyro publicado pela Editora Rocco, com tradução de Gustavo Pacheco. O quadro encerra com “Malhaya” da compositora peruana Rosa Mercedes Ayarza de Morales. Interpretação de Lito Gonzales acompanhado pelo conjunto “Os Trovadores do Vale”.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3, de segunda a sexta-feira, às 10h. O programa é transmitido também no aplicativo Cultura Play.
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