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Nesta semana (terça-feira, dia 24 de dezembro), o colunista Chico Carvalho comentou no programa “Estação Cultura” a respeito de “A Resistência”, livro que é escrito em formato de cartas endereçadas ao leitor, uma espécie de balanço sombrio de nossa época.
O que faz um escritor diante de um mundo virado de ponta cabeça, onde as ideias que tínhamos antes como sinônimo de civilidade, de prazer, de bom convívio agora não vingam mais? Ernesto Sabato foge da apatia escrevendo. É pela voz silenciosa da página de papel que alguma coisa pode ser feita para interromper à catástrofe que nos avizinha.
Ernesto Sabato também pintava quadros. E aqui talvez esteja uma explicação para o poder das suas palavras: como tintas impressas numa tela, o escritor argentino nos faz compreender que o silêncio da expressão literária é um verdadeiro canal para a insubordinação frente a tudo aquilo que nos aprisiona, que nos impede de exercer verdadeiramente nosso potencial humano e criativo.
“Há certos dias que acordo com uma esperança demencial, momentos em que sinto que as possibilidades de uma vida mais humana estão ao alcance de nossas mãos”.
“A Resistência”, é de autoria de Ernesto Sabato, escritor argentino publicado pela Companhia das Letras, com tradução de Sérgio Molina. O quadro encerra com o Coral Santa Cruz interpretando “Cielito Enlutado”, parte do Romance de la Muerte de Juan Lavalle, poema épico composto por Ernesto Sábato e musicalizado por Eduardo Falú.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3, de segunda a sexta-feira, às 10h. O programa é transmitido também no aplicativo Cultura Play.
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