Ouça o Programa Completo:
- Neste momento em que Filó Machado celebra seu aniversário, Supertônica reapresenta um programa gravado em 2015.
“A gente fazia mil fuzarcas!”
Ele aprendeu as primeiras lições de música com o pai, antes dos cinco anos de idade. Aos 10, driblando o Juizado de Menores, iniciava carreira profissional cantando no conjunto New Boys. “Meu repertório era muito grande, sabia muita música”, lembra. No final do colégio, em Monte Aprazível, São Paulo, decidiu se transferir para a capital. Passou a estudar violão 12 horas por dia para enfrentar a “concorrência” dos músicos paulistanos. “É que eu vou pra São Paulo e lá eu vou encontrar muita gente boa e eu preciso, pelos menos, estar à altura”, dizia.
Iniciou-se na noite como cantor e violonista, também revezando-se em vários instrumentos. No final dos anos 1960, São Paulo era a cidade da música – bares e clubes especializados empregavam músicos de excelência. Para sobreviver, dividiam seu trabalho em várias casas, com apresentações de meia-hora. “Eu chegava no Jogral, fazia uma entrada de 30 minutos. O taxi ficava esperando, eu saía correndo, ia pro Zibuca (em frente ao cemitério da Consolação). Saía de lá, ia pro Ápice e fazia uma entrada. Pegava outro taxi e vinha até o Batuquegê, na rua Álvaro de Carvalho. Então, o ritual era esse: Jogral, Batuquegê, Carinhoso, Zibuca, Ápice... dava cinco casas”, lembra. “Em cada uma ganhava-se 50 mil cruzeiros. Daria o equivalente hoje a 100, 120 reais. Era pouco, precisava juntar 4 ou 5 para fazer 500, 600 reais numa noite. Mas tinha emprego, né?”
O programa Supertônica, com apresentação do Arrigo Barnabé, vai ao ar todo Sábado, às 23h pela Rádio Cultura FM de São Paulo, 103,3 e no aplicativo Cultura Digital.
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