A equipe de defesa de Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a justificativa para ida a Embaixada da Hungria, em Brasília, durante o carnaval. Eles explicaram que a visita teve caráter político e disse ser “ilógico” a sugestão de fuga.

"O ex-presidente Jair Bolsonaro, ora peticionário — como é de conhecimento público —, tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e internacional, que, a despeito de não mais ser detentor de mandato, continua extremamente ativa, inclusive em relação a lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador", disse o documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados ainda citaram a relação entre Bolsonaro com Órban, primeiro-ministro húngaro que é de extrema direita.

"Manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”, completou.

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Bolsonaro ainda afirmou que as conclusões feitas pelo The New York Times, que divulgou as imagens dele na Embaixada, são “equivocadas”.

Na última segunda-feira (25), o jornal americano obteve vídeos que mostram Bolsonaro entrando e saindo da representação diplomática húngara. Segundo a reportagem, Bolsonaro entrou na embaixada em Brasília com dois seguranças em 12 de fevereiro e só deixou o local dois dias depois, em 14 de fevereiro.

Além de vídeos de câmeras de segurança da embaixada, o jornal divulgou fotos de satélite que mostram o veículo usado pelo ex-presidente estacionado na embaixada durante esse período. No local, Bolsonaro foi recebido pelo embaixador húngaro, Miklos Tamás Halmai.

A defesa ainda argumentou que, se Moraes quisesse prender o ex-presidente, os passaportes não seria recolhidos.

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Também foram listados, afim de defender o argumento das agendas políticas com líderes estrangeiros, os convites recebidos por Bolsonaro nos últimos meses.

Nas redes sociais, o advogado Fábio Wajngarten escreveu que a defesa queria despachar pessoalmente com Moraes para "elucidar por completo toda e qualquer especulação fantasiosa sobre o tema".