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Joselinda Lotas - AGÊNCIA CENARIUM

BOA VISTA (RR) - Os focos de incêndio no Estado de Roraima estão acima da média para o mês de agosto, indicou à CENARIUM o meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), órgão do governo estadual, Ramon Alves. O especialista alertou para um período de seca mais intenso, o que pode ser analisado a partir do nível dos rios.

A média de focos de incêndios em agosto seria de 19, mas já atingimos 40, um aumento significativo. O próximo período seco será extremamente intenso”, afirmou. “Já temos alguns indicativos desse período seco intenso, que é o nível dos rios bem baixo, praticamente dois metros abaixo da média do mês”.

O meteorologista lembrou, ainda, que o Estado vizinho Amazonas tem sofrido muito com o tempo seco, o que deixa Roraima em alerta. Ramon Alves aconselha a população a se preparar para temperaturas mais altas durante o verão, apesar da previsão de pouca chuva.

O foco no Amazonas está bem difícil, com altos índices de fumaça, incêndios, não só na cidade de Manaus, mas em quase todos os municípios. E temos que nós ater aos cuidados com Roraima, porque já temos indicativos, apesar das temperaturas não estarem tão intensas quanto o ano passado”, frisou.

Incêndios florestais

Conforme dados divulgados pelo Corpo do Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), 53.314 pessoas foram diretamente afetadas, entre outubro de 2023 a abril de 2024, pelo período da estiagem em Roraima. De janeiro a abril de 2024, a órgão registrou 2.173 atendimentos envolvendo incêndios em vegetação, sendo 737 apenas em Boa Vista.

De acordo com o gerente de Proteção e Defesa Civil do CBMRR, capitão Rodrigo Maciel, a instituição já está na fase de monitoramento junto a outros órgãos para evitar futuros desastres. “Estamos priorizando o monitoramento diário, por meio de sites e verificação dos focos pelo Inpe, Censipam, Agência Nacional de Águas Saneamento Básico, entre outros, para poder prever se teremos alguma influência dos fenômenos El Niño ou La Niña, e assim ter um melhor embasamento para tomar futuras decisões”, frisou.

Conforme mapeamento publicado em julho deste ano pelo MapBiomas Brasil, o bioma com a maior área queimada no semestre foi a Amazônia, com 1,45 milhão de hectares devastados em 2023. Assim, representa 68% do território queimada no Brasil durante esse período.