Gabriel Abreu - AGÊNCIA CENARIUM
MANAUS (AM) - O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez diversas críticas nesse sábado,31, a ministra Marina Silva, ao cantor Caetano Veloso e outras artistas por não se manifestarem nas redes por causa das queimadas e fumaças que atinge a capital amazonense. O parlamentar votou para reduzir o orçamento, a fiscalização e a autonomia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nikolas visitou Manaus para apoiar o candidato de Jair Bolsonaro à prefeitura da cidade, o deputado Alberto Neto (PL).
No ano passado, Nikolas Ferreira se juntou a chamada "Bancada do Agro" no Congresso Nacional e votou pela redução no orçamento do Ibama. No caso da pasta chefiada pela ministra Marina Silva, a perda foi de R$ 700 milhões, segundo o Projeto de Lei orçamentária entregue pelo governo ao Congresso Nacional.
"Interessante, eu estou em Manaus, desde hoje cedo até agora, não vi Marina Silva, até agora não vi Greta, até agora não vi Caetano Veloso, é inacreditável. Porque o recorde anterior de queimadas, era do Lula ele quebrou o próprio recorde dele agora, ou seja, é a maior queimada em dezessete anos. Ontem, quando eu cheguei aqui na madrugada estava com cheiro de fumaça, basicamente, a coisa tá piorando e os artistas que são cumplices disso porque fizeram música "salve a Amazônia na época do Bolsonaro. Agora não precisa mais salvar a Amazônia, parece que os artistas, a globo desistiram de ajudar a Amazônia. É realmente muito conveniente ser de esquerda quando eles estão no poder, eles podem tudo. Até mesmo queimar Amazônia e ficarem caladinhos', declarou o deputado.
Desmatamento
O desmatamento na Amazônia bateu o quinto recorde anual seguido em 2022 e atingiu a maior destruição dos últimos 15 anos, quando começou a série histórica da pesquisa. Com 10.573 quilômetros quadrados de área derrubada, a floresta perdeu em média quase 3 mil campos de futebol por dia no último ano. Os números foram divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e obtidos via monitoramento por satélites.
Entre 2019 e 2022, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a área derrubada atingiu 35.193 quilômetros quadrados. O tamanho é maior que os estados de Sergipe e Alagoas juntos. Na comparação com os quatro anos anteriores, o aumento foi de quase 150%.
80% das áreas desmatadas em 2022 pertencem ao governo federal. Nesses territórios, a devastação cresceu 2% em relação a 2021. Apenas 11% do desflorestamento ocorreu em terras estaduais, mas foi nelas onde houve o maior salto de devastação de um ano para o outro: 11%.
Desmonte
Ao chegar no governo em 2023, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva disse que encontrou um desmonte na fiscalização ambiental do país. Segundo a ministra, o Ibama tem atualmente 700 servidores para fiscalizar o cumprimento da lei ambiental em todo o país. Marina disse que, em 2008, quando chefiou a pasta, deixou o Ibama com 1,7 mil fiscais. Ao retornar ao comando da pasta, encontrou apenas 700 servidores.
“[No] governo Bolsonaro, quando a gente diz terra arrasada, [que] houve um desmonte, é um desmonte mesmo. É com esses fiscais que nós estamos trabalhando. Ainda bem que já conseguimos concurso para o Ibama, o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] e o ministério”, afirmou.
O Ibama foi criado pela Lei 7.735/89, como autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), o órgão recebeu a missão de executar as políticas nacionais ligadas a licenciamento ambiental, fiscalização do uso sustentável dos recursos naturais, além de monitoramento e controle da qualidade ambiental.
Concurso Público
Foi autorizado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, no dia 30 de agosto de 2024, a realização de concurso público para servidores do Ibama. Serão 460 vagas para analistas ambientais que poderão atuar nas diversas atividades de competência federal como:
- licenciamento ambiental,
- fiscalização de infrações ambientais,
- gestão de recursos pesqueiros e florestais,
- qualidade e emergências ambientais e
- prevenção e combate à incêndios florestais.
A Superintendência do IBAMA no Amazonas deverá ser contemplada com a lotação de boa parte dessas vagas.
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