TSE diz que funcionário foi exonerado após denúncias de assédio moral e depoimento à PF é “mentiroso”
Em comunicado, Corte esclarece motivos da demissão e diz que funcionário deve ser responsabilizado
26/10/2022 22h13
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu uma nota nesta quarta-feira (26) para explicar a exoneração de Alexandre Machado, servidor desligado que prestou depoimento para Polícia Federal. Segundo a Corte, a demissão dele já estava em pauta devido denúncias de assédio moral.
"O Tribunal Superior Eleitoral informa que a exoneração do servidor Alexandre Gomes Machado que ocupava o cargo em comissão de confiança de Assessor (CJ-1) da Secretaria Judiciária foi motivada por indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política, que serão devidamente apuradas”, disse o Tribunal.
No comunicado, também foi dito que as alegações de Machado são “falsas e criminosas” e a intenção é responsabilizá-lo por isso.
Machado foi exonerado na última terça-feira (25) e, praticamente logo em seguida, procurou a Polícia Federal para fazer acusações contra o Tribunal. Em seu depoimento, afirmou que foi demitido após ter relatado aos superiores problemas na veiculação da propaganda da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma rádio.
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A fala do ex-servidor do TSE reforçou as denúncias de Fábio Faria, ministro das Comunicações, de que mais de 150 mil inserções da propaganda do candidato pelo PL deixaram de ser exibidas em emissoras de rádio do norte e nordeste em um período de 15 dias.
Vale destacar que o ministro Alexandre de Moraes rejeitou o pedido da campanha para investigar inserções eleitorais em rádios, dizendo que os dados apresentados são inconsistentes.
O que dizem as rádios
Após a repercussão das denúncias de Machado, uma das rádios citadas, a JM FM, de. Uberaba (MG), emitiu nota explicando que não recebeu o material de campanha de Bolsonaro.
"No início do segundo turno das eleições presidenciais, os mapas e materiais de uma das campanhas deixaram de ser enviados. Tal fato foi detectado no dia 10 de outubro, oportunidade em que a emissora questionou a Justiça Eleitoral, por telefone, solicitando orientação sobre as medidas a serem adotadas. Da mesma forma, a emissora acionou o Partido Liberal, expondo a questão e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhados por e-mail, a exemplo do que ocorreu no 1º turno. Essa providência foi, então, adotada pelo Partido Liberal", explicou a rádio.
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A Viva Voz FM, outra rádio citada na denúncia da campanha de Bolsonaro, também disse que não recebeu o material da campanha.
“Na volta à campanha eleitoral do 2º turno, recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10, como podem verificar nos prints do e-mail da nossa Emissora”, relatou.
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