"Ninguém é árbitro da verdade, mas existem coisas que são fatos, não são passíveis de opinião", diz Patrícia Campos Mello

No #Provoca desta terça-feira (20), a jornalista Patrícia Campos Mello falou sobre o papel do jornalismo na democracia, o perigo das informações falsas disseminadas pela internet em períodos eleitorais, e os ataques que sofreu depois de escrever sobre disparos ilegais em massa na campanha de 2018. Comandada por Marcelo Tas, a entrevista foi a primeira de uma série de edições do programa focadas nas eleições deste ano.

Debatendo os temas da chamada "pós-verdade" e a editorialização no jornalismo, Patrícia ressaltou a importância de se diferenciar fato de análise: "Ninguém é árbitro da verdade: não é o jornalista, não é a agência de checagem, não é o governo. Mas existem coisas que são fatos, não são passíveis de opinião. [...] Eu posso falar assim: hidroxicloroquina cura Covid? O que diz a pesquisa? A Terra é plana? Nesses casos há fatos, não dá para relativizar tudo", afirmou.

Patrícia Campos Mello é repórter e colunista do jornal Folha de São Paulo e comentarista do Jornal da Cultura. No livro A Máquina do Ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital, publicado neste ano, ela aborda os ataques que sofreu após a publicação de reportagens que denunciavam o disparo ilegal de mensagens na eleição de 2018. Patrícia foi enviada especial em áreas de conflito, foi correspondente internacional em Washington e cobriu a guerra do Afeganistão, os atentados de 11 de setembro e as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2008, 2012 e 2016. Ela é vencedora de prêmios como o Troféu Mulher Imprensa e CPJ International Press Freedom Awards.

Assista à íntegra do programa:

Apresentado por Marcelo Tas, o #Provoca vai ao ar às terças, às 22h15, na TV Cultura, site e redes sociais da emissora, além do canal oficial do programa no YouTube.