Caso Taylor Swift: Por que alguns artistas precisam regravar suas próprias músicas?
Cantora norte-americana anunciou, no último dia 12, que irá refazer seus seis primeiros álbuns; disputa por direitos de gravações originais é motivo
25/02/2021 14h11
No último dia 12, Taylor Swift lançou uma nova versão de 'Love Story', sucesso de 2008. A música foi uma das responsáveis pelo alavancagem de sua carreira à nível global. A cantora não vai parar por aí e já agendou para abril o lançamento de uma nova versão do disco Fearless (2008), o segundo de sua carreira, inteiramente regravado.
Assim como Fearless, Taylor pretende refazer os outros cinco primeiros álbuns de sua discografia: "Taylor Swift" (2006), "Speak Now" (2010), "Red" (2012), "1989" (2014) e "Reputation" (2017).
Para além de uma revisitação à sua própria obra, a decisão foi motivada por uma briga com grandes nomes da indústria musical estadunidense. Mas, afinal, por que alguns artistas precisam regravar suas próprias músicas?
A resposta está na questão dos direitos autorais e, consequentemente, no lucro gerado por eles. No caso de Taylor, o direito de suas 'masters', ou seja, as gravações originais, realizadas quando ela tinha entre 15 e 28 anos, foram vendidas pela Big Machine Records, gravadora com a qual Swift assinou no início de sua carreira, para a Ithaca Holdings, de Scooter Braun. O empresário é conhecido por ter desavenças pessoais com a artista.
Taylor não gostou da negociação. Em carta aberta divulgada em suas redes sociais, ela descreveu a venda como "o pior cenário". "Eu tive que fazer a escolha excruciante de deixar para trás o meu passado", publicou. Ela ainda esclareceu que tentou comprar os direitos de suas próprias músicas, mas não conseguiu acordo com a gravadora: "Por anos eu pedi, implorei por uma chance de ser dona do meu trabalho".
Em novembro de 2020, Swift anunciou que as gravações foram vendidas pelo empresário para o fundo de investimentos Shamrock Holdings. Mesmo assim, a venda do catálogo à cantora não foi realizada. Segundo ela, termos do contrato apontavam que Scooter Braun continuaria recebendo dinheiro fruto de seu trabalho.
As regravações, permitidas em contrato, serviriam, assim, para que Taylor voltasse a ter o controle do uso e distribuição das músicas, e evitariam que Braun, que a artista acusa de ter praticado bullyng contra ela por anos, lucrasse com as reproduções.
Caso JoJo
Taylor Swift não foi a única cantora que precisou regravar o próprio trabalho. A também estadunidense JoJo passou por situação parecida. A dona do hit 'Too Little, Too Late' entrou em briga judicial com a Blackground Records após a gravadora suspender a divulgação de seu trabalho. Por ter um contrato que estipulava a produção de setes discos, JoJo não pode fazer outros lançamentos musicais, investindo na carreira de atriz.
O conflito durou entre 2009 e 2014. Em 2018, a cantora regravou e relançou os primeiros dois trabalhos de sua carreira: JoJo (2004) e The High Road (2006).
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