Entrevistado do #Provoca desta terça (6), médico sanitarista Gonzalo Vecina falou, entre outros assuntos, sobre a legalização das drogas e o uso medicinal da cannabis.
"Nós temos duas coisas: temos a planta medicinal e a planta recreativa. A planta medicinal não vamos nem discutir. Tem que ser aprovada", afirmou o médico.
Questionado por Marcelo Tas sobre os motivos das polêmicas e debates ao redor do assunto, Vecina disparou: "[Discutem] porque são idiotas. Esse é o problema. A ignorância é uma coisa que a gente tem que tratar com cuidado, porque afinal de contas a pessoa não pode ser culpada pela ignorância, às vezes ela não teve acesso à informação. A não utilização da cannabis como uma droga terapêutica diz respeito apenas à ignorância".
Assista ao trecho:
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Sobre o uso recreativo dessa e de outras drogas, ele prosseguiu: "Nós tivemos um exemplo de proibição que foi a Lei Seca americana. O que a Lei Seca americana produziu? Crime. Só. O que a proibição de cocaína, heroína, cannabis provoca? Esse monte de prisões. O Brasil é o segundo país do mundo em população carcerária, a maior parte se deve a tráfico".
"Nós temos que revisitar a questão do uso recreacional de drogas. Na minha opinião, todas. Nós temos que liberar a utilização de drogas", continuou o médico.
"Já existem exemplos de como isso pode funcionar. Agora, é óbvio que todo esse campo do uso recreacional tem os doentes, tem gente que vai se tornar adicto. O que eu tenho que fazer com o adicto? Tenho que tratar. A sociedade tem que tratar. O gordo não é gordo porque é um sem-vergonha comedor. O gordo é gordo porque é uma doença, então temos que tratar. Temos que tratar a doença do tabagista, do alcoolista, do drogadicto de uma forma geral. Agora, proibir transforma o aparato policial, o aparato de segurança, num fim em si mesmo. Isso está errado", completou.
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Ex-diretor presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gonzalo Vecina foi secretário nacional da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e secretário de Saúde da cidade de São Paulo entre 2003 e 2004. O médico sanitarista também é professor assistente da Faculdade de Saúde Pública da USP desde 1988 e superintendente do Hospital Sírio Libanês desde 2007, além de comentarista do Jornal da Cultura.
Assista à entrevista na íntegra:
O #Provoca é apresentado por Marcelo Tas e vai ao ar às terças, às 22h, na TV Cultura, site oficial da emissora e canal do programa no YouTube.
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