O escritor Paulo Coelho publicou no Twitter que a Fundação Coelho & Oiticica, formada por ele e por sua esposa Christina Oiticica, se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão. "Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita. Única condição: que seja antifascista e pela democracia", escreveu Paulo.
A proposta surge após um parecer da Funarte (Fundação Nacional das Artes) ter negado financiamento ao evento, que é realizado na região da Chapada Diamantina, interior da Bahia, via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O argumento utilizado pelo órgão do governo federal foi que o festival poderia incentivar o uso errado do recurso público. Conforme a nota técnica, a música deve servir a Deus - o que não valeria ao evento.
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"A candidatura deste que postulou a Arte ao concorrer à categoria de Projeto Cultural, apresenta-se desconfigurado e sem acepção a este atributo", disse o parecerista, Ronaldo Daniel Gomes, que abriu sua conclusão com uma frase creditada ao compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750): "O objetivo e a finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma."
O parecer destacou ainda que “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus”. Também citou que “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.
Além da menção divina no parecer, a Funarte também mencionou uma publicação em rede social em que o evento se posiciona como "um festival antifascista e pela democracia", para embasar o parecer de indeferimento do pedido. Para o parecerista, a publicação remete à críticas do festival ao governo federal.
Veja a publicação feita por Paulo Coelho:
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