Quadro de ansiedade, depressão e autoflagelação não é algo incomum entre os pets. De acordo com o especialista em comportamento animal, Cleber Santos, quatro em cada dez animais apresentam essas doenças.
Após o período de confinamento e interrupção do vínculo afetivo com os donos que se fortaleceu durante esse período, os cães estão entre os animais que mais apresentam transtornos mentais. “Assim como para as crianças, é preciso um cuidado especial para tratar essa história, de preferência com estratégias orientadas para essa transição”.
Tristeza x Depressão e Autoflagelo
O especialista alerta que o agravamento da ansiedade para um quadro depressivo é comum, visto que nem sempre os sinais são percebidos. Mudanças de comportamento, como desobediência, agressividade ou agitação podem ser encaradas pelos donos como atitudes para “chamar a atenção”.
No quadro depressivo, é possível encontrar entre os sintomas: falta de apetite, inatividade, pouca afetividade e sono excessivo. O que pode fazer com que ele se esconda do dono ou se torne agressivo.
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O autoflagelo é um transtorno emocional que pode ser causado pela ansiedade. Comportamentos como se morder ou se lamber em excesso ao ponto de se machucar ou fazer necessidades fora do lugar são manifestações típicas.
Nesses casos, o recomendado é buscar ajuda profissional de um especialista em etologia, zoopsiquiatria ou medicina veterinária comportamental. Entre tratamentos nessa linha estão a musicoterapia, aromaterapia, cromoterapia, assim como o enriquecimento ambiental, que seleciona atividades que trabalham parte cognitiva do animal, despertam novos sensores e melhoram estado mental.
Como preparar o pet durante transição
1. Antes do retorno definitivo ao escritório, Cleber indica fazer um horário de trabalho, como se você estivesse no presencial. Escolha um cômodo para o home-office, com a porta fechada, sem comunicação visual e sem acesso ao pet.
2. Ao sair de casa: não transforme esses momentos em despedidas. De preferência, deixe perto dele uma roupa com o seu cheiro. Previamente, ofereça atividades individuais para o seu animal e as deixe espalhadas em vários cômodos da casa.
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3. Veja se algum amigo ou familiar pode visitá-lo na hora do almoço.
4. Quando chegar, não faça “festa” como se fosse um marco a ‘hora da chegada’. Isso contribui para o aumento da ansiedade no animal.
5. Na convivência, não adianta apenas estar por perto. É importante oferecer tempo de qualidade. Estar conectado com ele, brincando ou fazendo carinho.
6. No caso de cachorros, crie horários diários de passeio, pelo menos 2 vezes ao dia, para que possam farejar e interagir com outros cães.
7. Estímulos mentais são tão importantes quanto exercícios físicos. Realize joguinhos de inteligência, como tirar comida de dentro de um brinquedo interativo.
“A falta de adaptação às mudanças não pode ser desculpa, é preciso paciência, planejamento e, além de tudo, amor. Animal não é objeto. É preciso cuidar deles, sobretudo de seu equilíbrio e bem-estar”, frisou o especialista.
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