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Reprodução/Instagram/@jordmusic
Reprodução/Instagram/@jordmusic

Os estilos de musicais mais ouvidos no Brasil, segundo pesquisa DataFolha divulgada em outubro de 2022, são sertanejo, funk e pop. Se levar com consideração a região Norte do país, estilos como o Forró e o Axé também se destacam.

Mesmo assim, há espaço para jovens furarem a bolha e explorar outros estilos, principalmente aqueles que não tocam nas rádios. No início dos anos 2010, um tipo de vídeo ficou popular entre os jovens: os aftermovies de festivais internacionais. Um resumo de como foram as festas, que tinham belos palcos e muito pirotecnia.

Até quem não conseguia frequentar essas festas, se emocionava com os vídeos. Para quem estava começando na carreira, estar num evento como esse passou ser um objetivo.

Em 2012, Jordan Malato, o responsável pelo projeto JØRD, diretamente de Belém, no Pará, furou a bolha da cena local, iniciou os estudos em música eletrônica e se dedicou ao trabalho de Dj. Ele foi uma dessas pessoas impactadas por vídeos de grandes festivais e nutriu o sonho de se apresentar em algum deles. Agora, está escalado para o Ultra Brasil, que acontece nos dias 21 e 22 de abril em São Paulo, e também no Tomorrowland

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“O Ultra é um festival que eu já conheço há muito tempo. Quando comecei a gostar de música eletrônica, já era um dos festivais mais populares do mundo. Eu via os Aftermovies e ficava: ‘caraca! esse lugar muito maneiro, preciso um dia estar ali’. Então, quando recebi o contato deles, foi muito muito muito muito legal. Acho que pra uma pessoa que sonha com isso desde os seus 15 anos de idade foi uma mega conquista”, conta o produtor.

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, JØRD revela os desafios de sair de um estado com menos tradição na música eletrônica e as dificuldades geográficas que enfrentou no início da carreira.

“Fui quase um desbravador. A gente já tinha uma cena na minha cidade, mas era muito pequena e não tinha uma projeção. Nós também não tínhamos grandes produtores, apenas bons objetos, mas nada que furasse ele é bolha, né? Essa distância geográfica é algo que interfere. Quando eu furei essa barreira, quando eu cheguei nos grandes centros, que são o Sul e o Sudeste, comecei a ganhar representatividade”, revela o Dj.

O atalho

A principal maneira de furar a bolha e ser notado nos grandes centros foi a internet. Segundo ele mesmo, esse foi um atalho para chegar em artistas que já estavam fazendo sucesso no Brasil. O trabalho como Dj começou em 2012, mas o projeto, de fato, foi em 2016. E já nos primeiros anos, conseguiu colaborações com Vintage Culture e Cat Dealers, que estão entre os 100 Djs mais populares do mundo.

“Acho que a maior rede na época era o Facebook. O Instagram tava começando. E eu falei para mim mesmo: ‘o não eu já tenho, então vou tentar mandar mensagem, dizer que conhecia eles, que era produtor e fã’. Isso daí fez com que eu começasse a ser anotado por eles, e surgiram as colabs”, explica.

Com o passar dos anos, as produções ficaram cada vez maiores e melhores. Agora, não é mais necessário mandar mensagens. No último mês, a Revealed, gravadora do holandês Hardwell, entrou em contato e lançou a track “Cumbia Buena”.

Produções em português

Um dos diferenciais no projeto JØRD são as músicas com vocais em português. Enquanto a maioria aposta em canções instrumentais ou com letras em inglês para atingir mercados internacionais, o paraense tentou fazer o contrário.

No último ano, apostou em um remix do “Rap do Silva”, canção de MC Bob Rum, e ela ficou entre as mais vendidas do Beatport, plataforma onde Djs garimpam músicas para seus sets.

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“O português é uma língua muito única e peculiar. Então, eu acho que valorizar isso para nossa cultura é incrível. Até artistas estrangeiros estão fazendo, como Sofi Tukker. Há vários outros que estão usando músicas português e tem sido grande sucesso”, afirma.

Surpresas para o Ultra

Para quem espera ver a apresentação de JØRD no Ultra, saiba que ele está preparando surpresas para o festival. Além de uma Intro exclusiva, terão produções ainda não divulgadas para o público.

“A minha ideia pra esse set é transformar em quase 100% autoral. Então, a galera pode se preparar”, conclui.