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Divulgação/Assessoria de Imprensa
Divulgação/Assessoria de Imprensa

A pandemia da Covid-19 afetou inúmeros setores da sociedade que tiveram que interromper as atividades em decorrência do isolamento social. Com o carnaval e os desfiles das escolas de samba, considerados patrimônios culturais do Brasil, também não foi diferente. É justamente este um dos tópicos abordados no livro “Samba e Pandemia – 2021: O Ano em que o Samba Parou”. Escrito por Sara Negritri e T. Kaçula, a obra será lançada neste sábado (13), às 14h, na sede da União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP).

Ao longo das 200 páginas, o livro traça a trajetória do samba desde os primórdios do Carnaval com os batuques nos navios negreiros até os impactos da pandemia nas escolas de samba de São Paulo.

Em entrevista ao portal da TV Cultura, a autora Sara Negritri destaca que uma das propostas do livro é fazer com as pessoas conheçam, valorizem e respeitem o samba e o carnaval. Ela enfatiza que, por mais que a realidade carnavalesca esteja presente na cultura do brasileiro, muitos ainda são limitados a informações estereotipadas sobre o tema.

“O Carnaval está muito mais relacionado com a passagem de tradições e com a contribuição de comunidades”, ressalta a autora.

Samba como "escola"


Foto: Reprodução/Agência Brasil

A escritora também elenca que o ambiente do samba é repleto de figuras de notório saber, isto é, personalidades que são reconhecidas pelo vasto conhecimento proveniente da experiência de trabalho ou de vida. Desse modo, muitas das pessoas que fazem o carnaval nem sequer passaram por uma escola ou por uma faculdade.

“São pessoas que às vezes têm pouca formação ou nenhuma formação acadêmica e são elas que dão visibilidade para a maior festa popular do país”, afirma.

Ela pontua que muitos desses indivíduos que compõem a estrutura do carnaval são frequentemente e historicamente invisibilizados. Uma dessas figuras que teve a história negligenciada durante muitos anos foi a de Deolinda Madre. Conhecida como “Madrinha Eunice”, a sambista e ativista do movimento negro foi a fundadora da escola de samba mais antiga de São Paulo ainda em atividade, a “Sociedade Recreativa Beneficente Esportiva da Escola de Samba Lavapés Pirata Negro”.

Atualmente, Madrinha Eunice é considerada um símbolo do carnaval paulistano. Em abril deste ano, foi homenageada com uma estátua de bronze, que está localizada na Praça da Liberdade, região central de São Paulo.

“Samba e Pandemia”


Foto: Reprodução/Agência Brasil

A pandemia da Covid-19 impactou significativamente a cadeia produtiva do carnaval. Boa parte das histórias e dos relatos apontados no livro pela escritora expressam distintas perspectivas sobre essa interrupção da festividade.

“Desde que as escolas de samba entraram no carnaval, ele nunca parou. Teve ditadura, teve guerra, mas 2021 foi o único ano que o samba parou completamente”, afirma Sara.

Para se ter uma ideia da importância do evento na economia nacional, a edição do Carnaval de 2023 no Rio de Janeiro movimentou cerca R$ 4,5 bilhões na capital carioca, segundo a prefeitura. Já em São Paulo, a estimativa é que esse valor tenha ultrapassado R$ 2 bilhões.

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Conheça mais sobre a obra


Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa 

O livro, que tem o apoio do Governo do Estado de São Paulo, conta com mais de 50 entrevistas. Entre elas estão figuras notáveis, como Alexandre Magno (presidente da UESP) e o Sr. Carlão do Peruche, um dos mais importantes sambistas de São Paulo e último cardeal do samba ainda vivo.

Para o coautor T. Caçula, sociólogo, sambista e compositor, a obra atua como uma ferramenta de análise das relações de trabalho e da precarização da produção artística nas comunidades da capital paulista.

“Essa obra nos permite compreender o importante papel do samba como um instrumento de sociabilidade e aquilombamento da população preta e pobre das periferias de São Paulo”, diz T. Caçula.

O prefácio é assinado por Ruy dos Santos Siqueira, educador e especialista em direito legislativo e doutorando em direito pela Universidad Nacional Mar del Plata da Argentina.

Nas redes sociais da página que promove o lançamento, Sara Negritri faz o convite aos interessados:

Serviço

Data: Sábado - 13/05/2023, a partir das 14h.
Local: União das Escolas de Samba Paulistana (UESP).
Endereço: Rua Rui Barbosa, 588, Bela Vista. São Paulo

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