Marcelo Tas recebe Geovani Martins, escritor premiado, no Provoca desta terça-feira (20). Suas obras são "O sol na cabeça", finalista do renomado Prêmio Jabuti, e o romance "Via Ápia".

Tas relembra o passado do escritor, que passou a viver na Rocinha no período que as UPPs foram instaladas nas comunidades, e pergunta foi esse período. Martins define como “muito doido”, pois, na visão dele, a negritude sempre foi criminalizada no país.

“Ser negro no Brasil é criminalizado. Costumo dizer muito isso. Dizem que a maconha é proibida. Sempre respondo que não, o que é proibido é ser negro. As pessoas brancas e de classe média usam drogas na maior tranquilidade. Atualmente, circulando em outros ciclos, eu vejo essa diferença. Elas sabem que não há a possibilidade de dar errado. Temos que lembrar que o samba já foi proibido, tocar violão também. Até cultos de candomblé”, explica.

Diante do histórico, Martins afirma que as UPPs chegaram no momento de maior preconceito da sociedade com os favelados. Ele lembra que não houveram tentativas de aproximação de moradores e policiais.

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“Você tem uma polícia treinada para ver um favelado como um potencial bandido. Então, quando coloca essa polícia numa favela, o que eles fazem? Olham todos como bandidos. Tinha dia que chegava a ser parado 10 vezes pela polícia. Eu só ia comprar pão ou na casa de um amigo”, conta.

Assista ao trecho completo:

O Provoca é apresentado por Marcelo Tas e vai ao ar às terças, às 22h, na TV Cultura, no aplicativo Cultura Play, site oficial da emissora e canal do programa no YouTube.

Assista ao programa completo: