Da banda da igreja ao Tomorrowland: Conheça a trajetória de sucesso do Dj brasileiro Sevek
Artista foi o quinto brasileiro mais ouvido no Spotfiy no exterior em 2022 e possui um hit com mais de um bilhão de streams
14/07/2023 15h00
No final de 2022, o Spotify divulgou a lista dos 10 artistas brasileiros mais ouvidos no exterior. Alguns grandes nomes marcaram presença, como Roberto Carlos, João Gilberto, Marilia Mendonça e Anitta. Mas teve um que chamou atenção do grande público. Em quinto lugar, estava o nome de Sevek. Mas, afinal, quem é esse artista?
Sevek é o projeto de música eletrônica de Kalebe Soares Terencio, gaúcho natural de Quaraí. Suas produções estão rodando o mundo e o colocou em um patamar de respeito dentro da cena. Só a música “Move Your Body”, lançada em parceria com o também brasileiro Öwnboss, possui mais de 1 bilhão de streams nas plataformas digitais.
A qualidade de suas músicas e o suporte de Dj internacionais famosos, como David Guetta, Tiesto e Armin Van Buuren, o colocaram em uma turnê internacional este ano. Só no mês de julho, irá se apresentar no Tomorrowland, maior festival de música eletrônica do mundo, Ministry of Sound, uma das mais conceituadas casas de Londres, e no Ushuaia, tradicional club em Ibiza.
Leia também: ‘Herói de Sangue’: novo longa com Omar Sy aborda papel dos soldados africanos na Primeira Guerra
Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o produtor revelou suas origens, como produz suas músicas e as metas para sua carreira.
Início na igreja
Se alguém tivesse uma máquina do tempo, voltasse no passado e dissesse para o jovem Kalebe que ele iria se apresentar na maior rave de música eletrônica do mundo, essa pessoa seria taxada de maluca. Isso porque Sevek começou na música quando estava na igreja.
“Minha família é evangélica, todos são tradicionais. E tem muita música. Na cultura da religião evangélica, as músicas são fortes e emocionantes. Desde os três aninhos de idade, já tocava bateria”, revelou.
O contato com outros estilos musicais aconteceu na adolescência. Para se aprofundar no mundo da música, passou a pesquisar artistas no YouTube.
“Comecei a me impressionar com artistas pop e clipes. E comecei a me perguntar: ‘nossa, como é possível uma coisa dessas?’. Larguei um pouco a banda para aprender a produzir por conta própria. Aprendi no próprio YouTube com tutoriais. No início eram músicas de banda, não de eletrônica”, explicou.
Leia também: Rappin’Hood homenageia Jorge Benjor, na Rádio Cultura Brasil, a partir de domingo (16)
A música eletrônica começou com os aftermovies dos grandes festivais. Todos os anos, o Tomorrowland, por exemplo, divulga um vídeo com o resumo da festa mostrando os principais lançamentos, os shows de luzes e a quantidade de pessoas que viajavam para curtir a rave.
A partir daí, os tutoriais de produção de música eletrônica passou a ser constante no histórico do YouTube.
Importância das redes sociais para conhecer Djs
Após produzir suas primeiras músicas, passou a enviar as demos para todos os Djs da cena brasileira. Sevek revelou que até Vintage Culture, um dos maiores nomes da música eletrônica no mundo, respondeu suas mensagens e aprovou as canções.
Mas o que deu mais liga foi com Öwnboss, projeto musical de Eduardo Fornasa Zaniolo. Foi instantânea a conexão para trabalharem juntos.
“O Öwnboss me deu uma abertura e foi muito receptivo. Ele estava procurando o som que eu estava produzindo. Eu também ficava procurando entender o que que os cara queriam, né?”, afirmou.
O sucesso veio com “Move Your Body”. Após o suporte de dezenas de Djs, a música passou a ser uma das mais reproduzidas nas plataformas digitais.
“Eu passava o dia inteiro com o olho arregalado. Pensava: ‘é verdade mesmo? Não é só imaginação, né?’. As coisas aconteceram de fato. Levou um bom tempo para baixar a euforia. Não conseguia dormir direito”, conta.
Matemática para produzir
Questionado sobre o segredo para produzir um hit, o Dj responde com uma palavra que pode pegar muitos de surpresa: matemática.
“Levou um tempo para aprender a produzir o estilo que se vê no Brasil. Entender a estética e a matemática”, inicia em sua explicação.
“Comecei a fazer análises do que que estava sendo tocado nas melhores baladas e pelos melhores Djs. Eu pegava parte de uma música, por exemplo do Chemical Surf, que tinha uma cornetinha. Eu falava para mim mesmo: ‘O pessoal sempre grita quando toca essa corneta, então eu vou ver quais são as alternativas que eu tenho a não ser uma corneta’. Fui estudando vários grandes hits”, completa.
Holofotes
Os estudos, tutoriais e anos de experiência o colocaram nos grandes palcos da música eletrônica do mundo. Além dos festivais europeus, já tocou na Laroc, um dos principais clubs brasileiros e da América Latina.
“Quero sempre dar o melhor. Buscar surpreender todo mundo, seja o contratante, público ou o pessoal da internet. Trazer algo novo de fato. Cada vez mais criar uma carcaça maior, ter um nome mais definido e uma marca mais sólida”, finaliza.
REDES SOCIAIS