ANNA celebra por ser a única Dj a se apresentar nos três dias do Tomorrowland: “Momento especial na carreira”
Artista é uma das maiores representantes da música eletrônica brasileira no exterior e promete três apresentações especiais no festival, que acontece nos dias 12, 13 e 14 de outubro em Itu, no interior de São Paulo
28/09/2023 15h00
O Tomorrowland está voltando ao Brasil. Em duas semanas, o público poderá ver de pertinho os artistas e a estrutura de um dos maiores festivais de música do mundo. A ansiedade das mais de 150 mil pessoas que compraram ingresso cresce a cada dia.
Mas a expectativa não é grande apenas os fãs. Os artistas também ficam com frio na barriga. E essa edição vai ser marcante para a brasileira ANNA, que será a única a se apresentar nos três dias do festival.
No dia 12 de outubro, primeiro dia da festa, se apresenta no palco Essence by Becks, em um B2B com a DJ e produtora sueca Ida Engberg. No dia seguinte, fará um set solo no Mainstage. Por fim, no encerramento do festival, um B2B inédito com o também brasileiro Vintage Culture, no Core Stage.
Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, a artista conta as expectativas para as suas três apresentações e como está se preparando para essa maratona.
“As expectativas são as maiores possíveis. Como você disse, foram muitos anos fora do Brasil. Eu toco todo ano na Bélgica desde 2016 ou 2018, não me lembro bem. E eu vejo muito brasileiro lá. Depois da da Bélgica, é o país que mais ama o festival. É um mar de brasileiro na edição de lá”, afirma.
“Estar voltado para os três dias, no meu país, com todo esse reconhecimento e portas abertas, está sendo um momento muito especial e importante para a minha carreira”, completa.
A artista revela que nunca chega para os seus shows com apresentações prontas. Ela explica que tudo faz parte de uma preparação em estúdio e pesquisas de novos sons. Dessa maneira, monta um set ao vivo para o público.
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“Não gosto de me preparar tanto, senão eu fico muito limitada. Gosto de chegar no local que eu vou tocar, sentir a energia do público e ouvir o que o DJ antes de mim está tocando. Decido ali, dentro do meu estilo, o que eu vou fazer”, explica.
Para sua apresentação no palco principal, ela conta que irá tocar seus maiores remixes e também algumas inéditas. A ideia é começar com as músicas mais melódicas e ir aumentando o ritmo ao longo da apresentação.
Também terá muitas novidades no set com Vintage Culture. Ela contou, com exclusividade, que os dois estão produzindo duas músicas especialmente para o set do Tomorrowland.
Crescimento da música eletrônica no Brasil
O Tomorrowland também marca uma fase de crescimento da música eletrônica no Brasil. Se antes, era um estilo de música presente apenas nos clubs ou nas raves, agora se tornou um produto mais popular. ANNA entende dessa maneira e vê ainda mais espaço para crescimento.
“O brasileiro está gostando mais [de música eletrônica] e não só de festivais, como o Tomorrowland. Foram 180 mil ingressos vendidos em três horas. Não são só pessoas que curtem música dentro dos clubs. Outros festivais possuem palcos de música eletrônica. Têm outras opções de festivais, como o Time Warp. Eu toquei e foi maravilhoso”, diz.
Na visão dela, o fato de grandes labels da Europa e dos Estados Unidos estarem vindo para o Brasil, é um recado que o país é muito mais receptivo a esse tipo de música.
Colhendo os frutos
ANNA não faz parte dessa nova gerações de Djs brasileiros que despontaram na última década. Sua carreira tem 23 anos e ela é muito respeitada fora do país. Nos últimos meses, se apresentou nos principais festivais e clubs do mundo, como Time Warp e Afterlife.
A artista é natural de Amparo, cidade do interior de São Paulo. Para ter acesso a música eletrônica e artistas internacionais, pegava um ônibus até a capital para ouvir discos de vinil na galeria do rock.
“Quando tinha 15, 16 anos, comecei a ir de ônibus sozinha para São Paulo para pesquisar música nas lojas de disco. Era assim que eu conseguia ver alguns Djs tocarem e ter acesso às novidades. Até que minha família conseguiu comprar um computador. Aí as portas se abriram”, conta.
Em 2015, ela se mudou para Barcelona para estar mais perto do circuito europeu de dance music. Apesar dos anos de estudo, suas produções não tinham tanto espaço na cena nacional.
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“Eu vim para Europa de vez em 2015. Desde lá que a minha carreira começou a subir. Pouco a pouco, sempre com perseverança. Trabalhando, recebendo muito não, recebendo sim, momentos altos e baixos, mesmo depois que eu mudei para cá. Não foi só vitória, teve bastante ‘não’, teve momentos que estava mais fraco, mas sempre assim sabe assim subindo, mas com calma”, detalha.
Com mais de 48 milhões de streams apenas no Spotify, ANNA vive seu melhor momento da carreira e se tornou uma das grandes representantes do Brasil da música eletrônica.
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